Não sei vocês, meus caros leitores, mas eu, independentemente de onde esteja, observo tudo que esteja escrito ao meu redor. E isso me rende cada reflexão linguística! A de hoje surgiu em um show do cantor Zé Ibarra, que conheci no programa Altas Horas. Que voz! Que presença de palco! Fiquei tão encantada que decidi assistir-lhe no Teatro Riachuelo, um espaço lindíssimo que fica no Passeio. Lá chegando, com minha amiga Tati e sua filha Belinha, avistamos camisetas que traziam o termo “afim”.
No mesmo instante, iniciei minha “aula” acerca do verbete cujo significado me remete às aulas de matemática de que muito gostava. O conteúdo específico era a função afim, também conhecida como função de 1° grau, em que há uma relação onde uma mudança em ‘x’ causa uma mudança proporcional em ‘f(x)’. O coeficiente ‘a’ nos diz o quão forte essa mudança é e em que direção (crescente ou decrescente). O coeficiente ‘b’ nos informa onde a reta começa no gráfico. Em outras palavras, para cada domínio há uma imagem. Em uma explicação semântica, “afim” é um adjetivo que expressa semelhança, afinidade e relação. Não é interessante? Essa classe gramatical serve para demonstrar quantos de nós somos afins a outros, seja por nós termos o mesmo time do coração, o mesmo gosto musical…
Em contrapartida, uma das canções, lindamente cantada por Zé Ibarra, falava sobre “a fim” cujo significado indica uma finalidade, uma intenção. Esse termo levou-me a pensar na impossibilidade de situações em que estamos a fim de fazer algo ou de estar com alguém por distintas e incontroláveis razões.
Por tudo isso e pela certeza da efemeridade da vida, eu quero mesmo estar com quem me é “afim”, “a fim” de que eu seja feliz por hoje, que é a nossa única certeza!