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Dermatologistas explicam alopecia feminina, problema enfrentado por muitas mulheres

Foto: Jornal Povo na Rua

A alopecia feminina é uma condição que provoca a perda progressiva de cabelo e pelos, afetando diretamente a autoestima de milhões de mulheres em todo o mundo. Celebridades como Gretchen e Xuxa Meneghel já falaram abertamente sobre o assunto, contribuindo para ampliar o debate sobre o tema e mostrar que a doença tem tratamento.

Aos 65 anos, Gretchen compartilhou recentemente os resultados do tratamento que vem realizando contra a alopecia. Já Xuxa, de 62, enfrentou o afinamento dos fios por causa de uma condição genética e, em março deste ano, realizou um transplante capilar. A apresentadora afirmou que já percebe os primeiros sinais positivos do procedimento.

De acordo com a dermatologista Dra. Maria Paula Del Nero, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a alopecia feminina é caracterizada pela perda gradual de fios e pela redução da densidade capilar, principalmente no topo da cabeça. “Com o tempo, os fios nascem mais finos e frágeis, e o couro cabeludo passa a ficar visível, especialmente na linha média”, explica.

O dermatologista Dr. Lucas Miranda acrescenta que o tipo mais comum é a alopecia androgenética feminina, uma forma hereditária e hormonal que respeita a linha frontal do cabelo, mas provoca rarefação difusa na parte superior da cabeça. “Nos casos de Gretchen e Xuxa, esse padrão é o mais frequente entre mulheres, e o diagnóstico precoce faz toda a diferença”, comenta.

O diagnóstico é feito pelo dermatologista a partir de avaliação clínica e tricoscopia, exame que permite observar os fios e folículos em detalhe. Em alguns casos, são solicitados exames laboratoriais para verificar deficiências nutricionais, distúrbios hormonais ou doenças autoimunes associadas.

Segundo os especialistas, os tratamentos variam conforme o estágio da doença e podem incluir loções de uso tópico, medicamentos orais como minoxidil e dutasterida, terapias injetáveis com fatores de crescimento, microinfusão de medicamentos e tecnologias regenerativas, como plasma rico em plaquetas (PRP) e exossomos ativados por luz.

Em estágios mais avançados, o transplante capilar pode ser uma alternativa eficaz, desde que a doença esteja estabilizada. “Ele ajuda a restaurar a densidade capilar, mas não trata a causa da alopecia, por isso deve ser feito com acompanhamento médico contínuo”, alerta o Dr. Lucas.

Estudos apontam que a alopecia androgenética feminina afeta até 40% das mulheres após os 40 anos, e pode surgir também após eventos hormonais intensos, como a menopausa, o pós-parto ou em portadoras da síndrome dos ovários policísticos. O estresse e inflamações crônicas também podem acelerar o processo.

Os sintomas mais comuns incluem o afinamento dos fios, a queda acentuada após a lavagem e a perda de volume. Em muitos casos, as pacientes relatam aumento da oleosidade e fragilidade capilar.

Para os especialistas, o mais importante é o diagnóstico precoce. “A alopecia feminina tem tratamento, e quanto mais cedo for identificada, maior a chance de recuperação dos fios. A medicina estética e a dermatologia regenerativa têm evoluído muito e hoje oferecem soluções eficazes que devolvem densidade e autoestima às mulheres”, conclui a Dra. Maria Paula.