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1º de maio: uma data histórica das lutas dos trabalhadores

Por Sandro Barros

Primeiro de maio, um dos feriados mais populares no Brasil, teve o seu significado apagado no decorrer das últimas décadas. Mas, acima de tudo, é uma data histórica para a luta dos trabalhadores e que já representou a mobilização mundial pelas suas reivindicações, como a da jornada das oito horas diárias, por exemplo.

A origem do Dia Internacional dos Trabalhadores está nas mobilizações dos trabalhadores dos Estados Unidos. Em 1º de maio de 1886 eles realizaram uma greve geral no país, exigindo a redução da jornada de trabalho de 13 para oito horas diárias. Em Chicago, saíram às ruas da cidade e a manifestação acabou desembocando no conflito conhecido como Revolta de Haymarket: no dia 4 de maio, após explosão de uma bomba durante passeata pacífica, começa o confronto entre trabalhadores e policiais, deixando mortos e feridos.

A mobilização dos EUA acabou se espalhando para outros lugares do mundo, até que, em 1889, na cidade de Paris, a Segunda Internacional Socialista estipulou o 1º de maio como o dia para relembrarmos os trabalhadores de Chicago, bem como uma data mundial de luta da classe trabalhadora por suas reivindicações, como a própria jornada de oito horas na época, por exemplo.

No Brasil, existem relatos de que o Dia Internacional dos Trabalhadores é celebrado desde 1892, com um ato em praça pública na gaúcha Porto Alegre. Entretanto, a data somente foi consolidada em 1925, após decreto do então presidente Artur Bernardes. O feriado foi criado com o objetivo de comemorar o ‘trabalho dos mártires’ e ‘exaltar as classes operárias’. Porém, nas décadas de 1930 e 1940, o presidente Getúlio Vargas passou a utilizar a data para divulgar a criação de leis e benefícios trabalhistas. O caráter de protesto da data foi deixado de lado, passando a assumir um viés comemorativo, com o varguismo chamando-a de “Dia do Trabalhador”.

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