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Reino Unido se torna segundo país do mundo com mais mortes pelo coronavírus

Foto: Reprodução

O Reino Unido se tornou o primeiro país da Europa a superar 30 mil mortes provocadas pelo coronavírus e agora ocupa o segundo lugar na lista de nações com mais vítimas fatais no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

De acordo com dados publicados por agências regionais britânicas na última terça-feira (5), cerca de 32.313 pessoas sucumbiram à covid-19. O número atual, acreditam as autoridades, é provavelmente muito superior, já que esses dados incluem as mortes até 24 de abril na Inglaterra (28.272), Gales (1.376) , Irlanda do Norte (393), e até 26 de abril na Escócia (2.272).

O balanço anterior do Ministério da Saúde britânico, publicado nesta segunda-feira (04/05), que inclui mortes em hospitais e casas de repouso de pacientes que apresentaram resultado positivo para covid-19, era de 28.734 vítimas fatais.

No início de março, o Reino Unido se dizia “preparado para a epidemia”, sem demonstrar maiores preocupações com a propagação do coronavírus. Dois meses mais tarde, o país se tornou o mais atingido da Europa e o segundo do mundo em número de mortes.

No dia 5 de março, as autoridades britânicas anunciaram a primeira vítima fatal do novo coronavírus. No dia 17, o conselheiro científico do governo, Patrick Vallance, chegou a declarar que um número de mortos limitado a 20 mil pessoas seria um “bom resultado”.

Premiê não teria levado epidemia a sério

Primeiro-ministro Boris Johnson, ele mesmo vítima da doença, foi acusado de não ter levado a epidemia a sério (Foto: Reprodução)

O primeiro-ministro Boris Johnson, ele mesmo vítima da doença, foi acusado de não ter levado a epidemia a sério. Ele chegou a se vangloriar de ter apertado a mão de pacientes contaminados, durante uma visita ao hospital, no dia 3 de março. O premiê teve sintomas graves do vírus e chegou a ser internado na UTI e colocado em respiração artificial.

Ainda em março, apesar do aumento do número de contaminações, a depistagem e a busca por pessoas contaminadas, que poderiam disseminar o vírus, foi abandonada. Esta estratégia foi utilizada com bons resultados na Coreia do Sul e na Nova Zelândia, para limitar as transmissões.

As autoridades britânicas pareciam ter perdido o controle sobre a propagação da doença, mas o primeiro-ministro, na época, ainda continuou reticente à ideia de instaurar um confinamento. O conselheiro científico do governo, Patrick Vallance, chegou a insinuar que uma imunidade coletiva poderia se desenvolver se uma parte da população pegasse o vírus e conseguisse vencer a infecção.

O governo desmentiu e disse que o comentário era apenas um conceito científico, e não um objetivo, mas o fechamento das escolas, bares, restaurantes e academias só ocorreu no dia 20 de março. O confinamento decretado no dia 23 de de março provocou graves consequências econômicas e sociais. Em meados de abril, o país já havia registrado 10.000 mortos.

O governo afirma que atingiu a meta de 100.000 testes por dia no final de abril. Para a imprensa britânica especializada, a resposta britânica à epidemia é o maior fracasso da política científica depois de várias gerações. Se as mesmas medidas tivessem sido tomadas desde fevereiro, muitas vidas teriam sido salvas.

Com informações da agência RFI

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