Jornal DR1

Atendimentos na rede de urgência apresentam tendência de queda no Rio

Da Agência Brasil

A curva de atendimentos na rede de urgência e emergência no município do Rio de Janeiro para os casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave tem apresentado uma tendência de queda nos últimos dias, conforme apontou o 14º Boletim Epidemiológico apresentado hoje (9) pela prefeitura. A alta na procura pela rede básica de saúde, que começou a ser registrada no início de fevereiro, foi o dado que levou o prefeito Eduardo Paes a decretar, há cinco semanas, medidas de restrição das atividades na cidade. 

Agora, com a reversão nos números, entraram em vigor hoje (9) algumas flexibilizações ao que vinha sendo praticado, como a permissão para a volta do atendimento presencial em bares, restaurantes, lanchonetes e quiosques das praias, até as 21h, com uma hora de tolerância para o fechamento dos estabelecimentos. Mas o prefeito alerta que, mesmo com a flexibilização de algumas medidas, ainda não é o momento da população relaxar e a fiscalização permanecerá rígida.

“A gente hoje tem o relaxamento de algumas restrições. Vai ter gente que vai dizer, acabou vamos para a festa. Não. Nós continuamos com um índice de contaminação alto. Continuamos com problemas e risco muito alto. As regras colocadas a partir de hoje são regras bastante restritivas. Tem toque de recolher com pessoas proibidas de estarem nas vias públicas das 11 da noite às 5 da manhã. As regras para bares e restaurantes, comércio e shoppings são muito restritivas. A Secretaria de Ordem Pública vai agir com muito rigor e com muita energia contra aqueles que não respeitarem as regras”, disse na apresentação do 14º Boletim Epidemiológico.

Na visão do prefeito, o período de 14 dias de medidas mais restritivas, que incluiu a parada emergencial de 10 dias, composto por antecipação de feriados e dois fins de semana, deu resultado. “Às vezes a gente parece dando uma bronca em um filho, mas dou meus parabéns aos cariocas que se dignaram a respeitar as regras. Esse é o resultado dos 14 dias de restrições. Esse é o resultado daqueles que respeitaram. Essa é uma resposta contundente para aqueles que acham que restrição não serve para nada. A gente sabe que não dá para fechar a cidade inteira, usando a expressão lockdown, a realidade infelizmente não nos permite isso, mas toda vez que a gente diminui o contato entre as pessoas, diminui festinha e aglomeração, esse é o resultado”, disse.

Paes voltou a afirmar que o nível de atendimento dá mais segurança na tomada de decisões, porque são os dados mais próximos da realidade do momento. De acordo com o prefeito, quando as medidas restritivas começaram, as médias móveis de óbitos e de internações na cidade do Rio de Janeiro estavam despencando.

“Nós alegávamos, naquele momento, basicamente três motivos. Uma nota técnica da Fiocruz que apontava risco muito grande do Rio ter um aumento [de internações], tinha um cenário nacional em torno do Rio muito grave, mas o principal dado que nos norteou a iniciar as primeiras medidas restritivas há cinco semanas atrás, quando pela primeira vez estabelecemos o toque de recolher, quando pela primeira vez limitamos o horário de funcionamento de determinadas atividades econômicas, foi esse dado aí”, disse.

O prefeito acrescentou que naquele momento houve muita incompreensão por parte da população, que não entendeu a adoção das restrições quando as médias de mortes caíam, mas destacou que a opção da prefeitura foi trabalhar com antecipação. “Essa doença tem uma característica muito clara. É difícil até de dizer. Em geral, uma pessoa entre contrair a doença e vir a óbito, para aquelas que vão a óbito, tem um prazo de 20 dias. O que nós falamos naquele momento foi ‘não vamos esperar as pessoas se internarem, depois morrerem para só aí tomar medidas’. Dissemos, vamos nos antecipar”, disse.

Paes disse que mesmo com a melhora no indicador, ainda que tenha reduzido algumas restrições, outras foram mantidas como a de realização de shows em casas de espetáculos, fechamento das boates e suspensão do trabalho de ambulantes nas ruas. O prefeito garantiu que se os dados novamente voltarem a subir serão tomadas medidas necessárias. “Para quem achou que liberou geral, esse dado pode mudar de novo e a gente vai tomar medidas por mais duras que elas sejam”, afirmou.

Auxílio

O prefeito disse que até a próxima segunda-feira (12) vai anunciar a liberação de mais um auxílio de R$ 500 para os ambulantes fixos e itinerantes da praia, que foram proibidos de trabalhar com as medidas de restrição. “Como não vão poder voltar ainda a exercer a sua atividade, a gente tinha dado uma ajuda de R$ 500, devemos renovar isso com mais R$ 500”, adiantou.

Paes informou ainda que pediu uma avaliação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para a possibilidade de permitir a prática de esportes coletivos em áreas abertas, com períodos determinados e com regras claras. “Para poderem eventualmente ser praticadas com horários específicos, tipo das 6 da manhã às 10 da manhã em áreas abertas. Isso está sendo avaliado tecnicamente pela Secretaria Municipal de Saúde”.

A cidade do Rio de Janeiro tem, até o momento, o acumulado de 41.958 casos da covid-19 este ano. Desses, 9.126 são graves, 3.451 são óbitos. A taxa de incidência é de 629,9 casos por 100 mil habitantes, de letalidade de 8,2% e taxa de mortalidade de 51,8 óbitos por 100 mil habitantes.

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