Você sabia que a separação da urina do resto do esgoto pode ajudar a mitigar o aquecimento global e ainda ajudar na agricultura?

Gotland, a maior ilha da Suécia, sofre de escassez de água doce. Além do problema hídrico, os moradores da ilha enfrentam a poluição do sistema de esgoto e da agricultura que causam a proliferação de algas nocivas no mar Báltico matando os peixes e causando doenças nas pessoas.

Para ajudar a resolver esses desafios ambientais, a ilha está depositando suas esperanças em uma única substância improvável que os conecta:
a urina humana.

A equipe é da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas usando um processo que os pesquisadores desenvolveram, estão secando a urina em pedaços semelhantes a concreto que eles martelam em pó e pressionam em pellets de fertilizante que se encaixam em equipamentos agrícolas padrão. Um agricultor local usa o
fertilizante para cultivar cevada que irá para uma cervejaria para fazer cerveja – que, após o consumo, pode entrar no ciclo novamente.

Essa prática, conhecida como separação de urina, está sendo estudada
por grupos nos Estados Unidos, Austrália, Suíça, Etiópia, África do Sul, entre outros lugares.

A urina é rica em nutrientes que, em vez de poluir a água, pode servir para fertilizar plantações ou alimentar processos industriais. De acordo
com as estimativas de Simha, nós produzimos urina suficiente para substituir cerca de 25% dos fertilizantes de nitrogênio e fósforo em todo o mundo, além de conter também potássio e micronutrientes.

Reciclar o nosso “xixi”, pode ainda reduzir as emissões de gases de
efeito estufa em até 47%, o consumo de energia em até 41%, o uso de água doce em cerca de metade e a poluição por nutrientes das águas residuais em até 64%, dependendo da tecnologia utilizada. Mas não para por ai, pesquisadores estão desenvolvendo eletricidade colocando
urina em células de combustível microbianas. Será que a urina será a nova matriz energética?