Voltar a falar da violência recorrente, que campeia incontrolada, no território nacional, nunca será demais.
Contrariamente, é preciso que manifestemos reiteradamente, nosso repúdio e indignação.
Como se fora uma epidemia que nos acomete, a violência tem nos assombrado cotidianamente e vem se acirrando a cada dia e, se manifesta com intensidade, em suas mais diversificadas faces, infiltrando-se despudoradamente, quer nas áreas rurais ou urbanas, surgindo em toda parte. Quem são os que se propõem ao ato de avocar a si, a decisão, de quem deve ser livre para viver ou aquele, que esta “marcado para morrer.”?
Assistimos impotentes, os indígenas sendo desrespeitados em seus direitos elementares, com suas áreas territoriais invadidas, por todo tipo de vândalos, que não se intimidam diante de leis ou autoridades, usurpando suas posses, roubando suas vidas.
Nas áreas rurais ou nas metrópoles, notadamente, em regiões habitadas pelas populações mais empobrecidas, assolada pelo infortúnio da ganância humana, sedentas de concentração de poder e renda, as pessoas são tratadas com total desprezo a suas vidas.
Neste contexto macabro e tenebroso, a que chegou a insensibilidade humana, imbuída de total desafeto, e amor ao próximo, encontramos a mulher, vitimadas por esta saga voraz, alvo da febre da misoginia que vem afetando o gênero masculino.
O respeito e, a admiração que transitou da era medieval, quando a beleza das mulheres era vigiada pela família, sob o jugo patriarcal, temido e ameaçadas pelos dogmas eclesiais, que criaram místicas e misticismo contra si, eram ameaçadas pela espada do pecado, associadas as tentações carnais, punidas pela inquisição cristã, que as condenava a arder em piras ardentes, flamejantes, queimadas como bruxas, passou- se a fase do amor cortês, amadas, veneradas como seres divinais intocáveis. Foram tidas e mantidas como rainhas do lar.
Na moderna idade, as mulheres lutaram para serem iguais. Conquistaram cidadania. Ocuparam espaços de empoderamento. No intuito, de vivenciar uma qualidade de vida melhor, entre homens e mulheres, em igualdade de condições para uma vida, mais plena para ambos.
Entretanto, hoje, na era “pós moderna”, a mulher, vem sendo vitimada pela febre da feminofobia, que tem acometido os homens.
Índices estatísticos, nos dão conta que somente no período entre 1980 a 2013, foram contabilizados, 106.093 assassinatos de mulheres. A OMS, aponta que entre 83 países, o Brasil ocupa o 5o lugar na posição, onde se verifica a maioria de homicídio contra as mulheres, com uma média de 418 homicídios, em cada grupo de 100 mulheres. Só 2021, uma mulher, foi vítima de feminicidio a cada 7 horas. Até 08 de março do corrente ano, data dedicada ao Dia Internacional da Mulher, o fórum de segurança.org.br.computou, 1.319 feminicidios, em nosso território.
Constata-se, a ocorrência de 7 feminicidios por dia, numa prevalência de faixa etária entre 18 a 30 anos, fatos estes ocasionados por pessoas de ligações próximas as vítimas. Desta feita, concluímos que, de nada tem adiantado leis elebotadas, tratados internacionais assinados e, ratificados pelo Brasil para impor limites e, mesmo um termo, nestas ocorrências. A impunidade precisa ser revista, e não cabe ser através de medidas restritivas aos criminosos, protetivas às vítimas, e inserção ao CP, tipificando o ato delituoso.
Necessário se faz, sejam estabelecidas penalidades rígidas, sem o beneplácito de comutações de penas ou quaisquer tipo de atos misericordiosos para com os criminosos. Basta de violência.!