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A Copa das controvérsias

As leis locais e determinações da FIFA agitam a primeira fase do mundial    

O futebol busca a ideia de inclusão, de união dos povos. Era o que se esperava ver em mais uma Copa do Mundo. Entretanto, o local desta vez é bem diferente de todos os outros que sediaram 21 Copas do Mundo. O Catar é um país extremamente fechado e religioso, com uma cultura muito diferente da nossa, a ocidental.

As primeiras polêmicas aconteceram bem antes de conhecermos as seleções classificadas. Estima-se que mais de 15 mil trabalhadores tenham morrido na construção e na reforma dos seis estádios que abrigam os jogos da Copa do Mundo. O comitê organizador nega. Foi feita uma estimativa na tentativa de diminuir esse fiasco, mas mesmo assim o número beira o absurdo ao revelar cerca de 500 mortos.

Posteriormente, o problema foi a cerveja. No país o consumo de bebidas alcoólicas é controlado com rigor e poucos locais podem vende-las e ainda assim com um preço bem alto. Esse fato prejudicou consideravelmente a maior patrocinadora, que é uma cervejaria e todos aqueles torcedores que tem a tradição de comemorar bebendo.

Quando os times entraram em campo novas polêmicas. Primeiro, nenhuma manifestação dos jogadores pode ser de tom político, nem mesmo as braçadeiras dos capitães, que se tornaram uma arma na luta contra o racismo e a homofobia, escaparam dessa regra. Assim, a FIFA chegou a baixar um decreto prevendo a punição com cartão amarelo e multa para a seleção do capitão que ousar a descumprir a regra.

Os protestos então se multiplicaram de diversas outras formas. Os iranianos, lutando pela liberdade das mulheres no país, não cantaram o hino na estreia do torneio contra a Inglaterra. Os ingleses foram os que fizeram os protestos mais visíveis, ao se ajoelharem antes do apito inicial, gesto seguido pelo time do País de Gales. Os alemães taparam a boca, na foto oficial, no primeiro jogo, diante do Japão, mas talvez o mais emblemático seja o feito pela Dinamarca, que em parceria com a fornecedora de uniformes, fez as duas camisas (vermelha e branca) em tom monocromático com o escudo da federação, se “ausentando” do torneio já que não poderia defender a diversidade e a inclusão.

As medidas da FIFA soam como censura e não são razoáveis, já que a Rússia, excluída por conta da guerra, foi escolhida para sediar o último mundial e também tinha perfil contrário aos direitos humanos.

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