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Espetáculo “MACACOS” reestreia no Teatro Ipanema para temporada até maio

 

Peça da Cia do Sal relata as vivências de pessoas negras no Brasil

O apagamento das memórias e ancestralidades negras dão a tônica no espetáculo “MACACOS”, da Cia do Sal, dirigido e interpretado pelo ator Clayton Nascimento. A peça reestreia no Teatro Ipanema, na sexta-feira, 28 de abril, e segue até dia 7 de maio.

O espetáculo aborda a estruturação do racismo no Brasil e se coloca em cena a partir do relato de um homem negro em busca outros espaços para ocupar diante do adjetivo MACACO, que nomeia a obra. O ator e diretor, Clayton Nascimento, lembra que, em muitos casos, o adjetivo é utilizado como xingamento ao povo negro. Além disso, a peça trata sobre episódios da História Geral do país, até chegar aos relatos e estatísticas das mães e famílias dos jovens negros presos ou executados pela polícia militar no Brasil de 1500 até 2021.

“Os questionamentos desse homem negro convidam o público a pensar e debater sobre os preconceitos mascarados, que existem na estruturação e no cotidiano brasileiro. Com a pandemia do COVID-19, esses números se agravam e aumentam, evidenciando assim o grande desequilíbrio social ao qual nossa nação está estruturada”, explica Clayton.

Estrutura cênica

Ulisses Dias, diretor da Bará Produções e produtor geral do espetáculo, explica que “MACACOS” é uma montagem que conta somente com um ator e um batom, e trata do preconceito contra os povos pretos, a partir do relato de um homem preto que busca respostas para o racismo que rodeia seu cotidiano e a história de sua comunidade.

“A obra se desenrola num fluxo de pensamentos, desabafos e elucidações que surgem em cenas pautadas em nossa história geral, como também em situações vividas por grandes artistas negros: Elza Soares, Machado de Assis, e Bessie Smith, até alcançar relatos e estatísticas de jovens negros presos e executados pela Polícia Militar no Brasil de ontem e de 2021″, analisa.

Cronologia

No ano de 2015, MACACOS começou a ser desenvolvida, no entanto, só chegou ao grande público no Festival Verão Sem Censura e pelo Festival Farofa, ambos em São Paulo, em 2020, um mês antes da pandemia da Covid-19. A peça já passou pelos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco, Brasília e Amazonas, e, agora, volta aos palcos cariocas.

“Durante sua turnê nacional, o espetáculo se comprometeu, diante de cada estado brasileiro, a pesquisar junto com historiadores e moradores das regiões, o que aconteceu naquele determinado estado em relação às decisões da Corte Portuguesa durante a escravatura. Para isso, se tornou-se necessário criar uma nova cena dentro da obra para cada um desses estados conforme as apresentações”, afirma o ator e diretor.

Premiações 

Entre os anos de 2016 e 2023, tanto o espetáculo quanto o protagonista, Clayton Nascimento, receberam diversas premiações por conta da montagem da peça. Entre elas estão, mais recentemente, o Prêmio Shell 2023, de melhor ator. Além disso, Clayton também venceu na categoria melhor ator o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 2023; melhor ator no FESTKAOS, em 2022; FESTIC Caruaru, também como melhor ator, em 2019.

Já a peça recebeu outras premiações coletivas, como  Melhor Peça, no Festival Breves Cenas de Teatro, em Brasília, em 2019; Melhor Montagem, no Festival de Teatro do Amazonas, em 2017;  Melhor Montagem, no Festival de Teatro de Cabo Frio (RJ), em 2016.

Serviço:

Apresentações sextas e sábados às 20h, domingo às 19h

28, 29 e 30 de abril;

5, 6 e 7 de maio.

Teatro Ipanema (192 lugares)

R. Prudente de Morais, 824 – Ipanema, Rio de Janeiro

Ingressos disponíveis no Sympla

Inteira: R$40 / Meia R$20

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