E mais um ano vai terminando e com ele as expectativas crescentes no que está por vir. Longe de mim tentar se passar por uma espécie de oráculo, mas observando o que passou é possível, dentro de uma razoabilidade, identificarmos algumas tendências do que está por vir, olhando pelo que já passamos. Como já publicamos aqui nessa coluna, no último semestre 2023 observamos situações curiosas como o Banco Mundial focar investimentos para organizações com a agenda ESG, O Reino Unido elaborando minuta de regulação do mercado de investimentos ESG, as normas IFRS de demonstrações financeiras, Greenwashing de grandes empresas de consultoria / instituições financeiras europeias, dentre outras.
- menor resistência das organizações
A pressão por transparência e ações sustentáveis chegará em seu patamar mais elevado das últimas décadas. Como consequência observamos uma quantidade maior de organizações divulgando seus “resultados” sócio ambientais, os chamados Relatórios de Sustentabilidade. Produtos, serviços e até mesmo autarquias e agências passarão a reportar seus resultados, em especial as questões relativas à: diversidade, emissões e mudanças climáticas.
pressão nas áreas de comunicação e marketing
As áreas de ESG, Comunicação e Marketing serão muito demandadas e desta forma deverão trabalhar em estrita consonância, haja vista o verdadeiro “cerco” que deverá ser levantado contra o greenwashing. As Normas, Guias, Leis e Resoluções publicadas recentemente na Comunidade Europeia e no Brasil estão cada vez mais coercitivas a essa prática delituosa.
- demonstrações financeiras e esg de mãos dadas
As áreas de Sustentabilidade, Gestão de Riscos e Finanças andarão efetivamente no mesmo passo, haja vista, por exemplo, as demandas do ISSB traduzido nas normas IFRS I e II (já publicadas nesta coluna).
- destaque para as emissões de escopo 3
Os fornecedores que compõem a cadeia de abastecimento serão pressionados a iniciarem processo de identificação e mensuração de suas emissões (Inventário de Gases) pois impactam negativamente no inventário do tomador de serviço. Assim, aquelas organizações que já fazem inventários e possuem ações de mitigação estarão em um verdadeiro “oceano azul”.
- ao infinito e além
Como consequência das 4 tendências anteriores, os relatórios de sustentabilidade passarão a ter uma importância vital no processo produtivo e começarão a ser observados de outra forma tanto pelo mercado financeiro quanto pela própria organização. O Escopo 3 e as punições de greenwashing impulsionaram as organizações para serem mais transparentes por uma simples razão: não haverá mais tempo para postergação nem tão pouco “jeitinho” de ser contratada pelo menor preço somente.
Anotem e vejamos o que ocorrerá em 2024.