Reconhecido internacionalmente, o Brasil sempre prezou pela excelência diplomática como carro chefe de sua política externa. Constam, em seus princípios fundamentais, o respeito à soberania e à autonomia do Estado e à política de desenvolvimento nacional, com acordos e parcerias, e de não-intervenção nas questões de outros Estados, com exceção de intervenções feitas sob os auspícios da ONU. Dito isso e considerando o atual cenário de conflitos mundiais, não é surpresa que o Brasil tenha sido convocado a participar de várias reuniões, à parte aquelas do G7 (2023), para ajudar a coibir as relações beligerantes que ora imperam fora das mesas de negociações.
Em recente visita a Pequim (23/05), Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, reuniu-se com o chanceler chinês Wang Yi em busca de soluções para a Guerra Rússia-Ucrânia. Apesar os EUA não verem com bons olhos o apoio da China, por esta manter-se neutra quanto a devolução do território da Criméia à Ucrânia, entre outras questões, a presença diplomática brasileira certamente daria crédito às intenções de paz do encontro não fosse a possível vinda do presidente russo Vladimir Putin para o G20 (2024) com o aval do Presidente Lula. Putin possui um mandado de prisão por supostos crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional. Tal situação certamente coloca a diplomacia brasileira em uma saia justa. Não há dúvidas que todos os nossos esforços são pela paz e contra a guerra fria, mas como fumar o cachimbo da paz em campo minado? O Brasil precisa fazer mais por uma postura de neutralidade e equidade.