Um estudo publicado na Chemosphere em abril deste ano por Ekaterina Brynzak-Schreiber da Universidade de Viena e coautores explorou como os micro e nanoplásticos de poliestireno interagem com as células do câncer de cólon e como o tamanho das partículas afeta sua absorção e distribuição dentro das células e seu comportamento subsequente.
Os microplásticos nos alimentos entram em contato próximo com o trato gastrointestinal e têm o potencial de interagir física ou químicamente com as células locais.
Os pesquisadores usaram quatro tipos de células de câncer de cólon – linhagens celulares – e examinaram como diferentes tamanhos destas partículas foram absorvidos e distribuídos dentro dessas células. Eles usaram culturas celulares simples e modelos tridimensionais mais complexos para replicar ambientes tumorais.
Partículas menores de 0,25 micrômetro (μm) foram mais facilmente absorvidas pelas células do que partículas maiores no tamanho de 1 μm, e as partículas maiores de 10 μm não foram absorvidas. Com o tempo, segundo a pesquisa, as partículas absorvidas moveram-se dentro do modelo tumoral esferóide 3-D, acumulando-se mais no núcleo morto e menos nas áreas de crescimento. A linha celular chamada de HCT116 absorveu a maior parte das partículas, provavelmente devido à sua natureza agressiva.
A exposição às partículas de 0,25 μm aumentou o movimento celular, sugerindo que podem promover a propagação do cancro
De acordo com um relatório da American Câncer Society em 2023, o câncer colorretal é a segunda principal causa de morte por câncer nos EUA. Desde meados da década de 1990, os diagnósticos de cancro colorretal aumentaram aproximadamente 50% em pessoas com menos de 50 anos. A causa exata da alteração é desconhecida.
Por fim, os pesquisadores ressaltaram que mais estudos precisam ser realizados para uma maior certeza.