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O Cantador de Histórias: Serenata de despedida à D. Maria

Hoje vamos contar a história de D. Maria, da zona leste, uma mulher de 72 anos, conhecida e amada por toda a comunidade. Sempre de sorriso no rosto e com uma palavra amiga para quem precisasse, Dona Maria era a alma do bairro. Ela organizava festas juninas, arrecadava alimentos para os mais necessitados, e seu portão estava sempre aberto para oferecer um cafezinho e uma conversa boa.

Infelizmente, o destino havia sido cruel. Dona Maria estava enfrentando a batalha mais difícil de sua vida: um câncer em fase terminal. A notícia havia abalado toda a vizinhança, que se mobilizaram de todas as formas para dar apoio e carinho àquela mulher que tanto havia feito por eles.

Sabendo que o tempo de Dona Maria estava se esgotando, um grupo de amigos decidiu homenageá-la com uma serenata, por isso Rafael, um dos moradores da vilinha tomou a frente e ligou para Fredi Jon para poder organizar uma última homenagem a quem tanto fez por todos ali.

Tudo ficou combinado e em Outubro de 2009 a trupe seguiu para aquela que prometia ser uma homenagem muito marcante e emocionante. Quando os músicos tocaram a primeira canção, Dona Maria abriu os olhos e sentindo a melodia envolver seu coração, pediu ajuda para se levantar. Com esforço, sentou-se na cama e pediu que abrissem a janela. Ao ver seus amigos e vizinhos reunidos, com lágrimas nos olhos e sorrisos no rosto, ela não conseguiu conter a emoção. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, mas era uma lágrima de gratidão, de reconhecimento por todo o carinho que estava recebendo.

Ao final, os músicos fizeram uma pausa, e Rafael, com a voz embargada, tomou a palavra: “Dona Maria, a senhora é uma luz em nossas vidas. Cada um de nós tem uma história, um momento em que sua bondade nos tocou. Hoje, estamos aqui para dizer o quanto a senhora é especial, o quanto seu sorriso e suas palavras nos fortaleceram. Essa serenata é nossa forma de dizer obrigado, e de lembrar que o amor que a senhora espalhou jamais será esquecido”.

Dona Maria, com a voz fraca, mas cheia de ternura, respondeu: “Meus queridos, não tenho palavras para expressar o quanto estou emocionada. Vocês são a minha segunda família, e saber que fui importante para vocês é o maior presente que eu poderia receber. A música é linda, mas o amor de vocês é ainda mais. Obrigada por essa noite inesquecível, obrigada por tudo que fizeram por mim. Mesmo que meu corpo descanse, meu amor por vocês será eterno. Lembrem-se sempre de que a vida é feita de momentos como esse, de amor e de amizade”.

Os amigos se aproximaram e, em um abraço coletivo, compartilharam aquele momento de pura conexão. A serenata terminou com uma canção celebrando a vida e o amor.

Naquela noite, a Zona Leste dormiu com um sentimento de paz e gratidão. Todas as manhãs durante 2 semanas, D. Maria pedia pra abrir a janela pra poder relembrar daquele encontro de almas que a fizeram tão feliz.

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