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A Bíblia como ela é: Escolhas que moldam destinos: entre a bênção e a maldição, a vida e a morte, o chamado para escolher a melhor parte

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O capítulo 28 de Deuteronômio é um dos mais impactantes discursos da Bíblia sobre o poder das escolhas. Nele, Moisés apresenta ao povo de Israel as consequências claras da obediência e da desobediência à voz do Senhor. A mensagem é direta: quem ouve, guarda e pratica os mandamentos de Deus experimenta a bênção; quem se desvia, colhe maldição. É como se Deus colocasse diante de cada um de nós uma bifurcação espiritual: de um lado, a vida; de outro, a morte. De um lado, a obediência e suas promessas; do outro, a rebeldia e suas consequências.

“Se ouvires a voz do Senhor teu Deus…” (Dt 28:1). Com essa condição, Moisés inicia uma lista de bênçãos que cobrem todas as áreas da vida: cidade e campo, família e trabalho, saúde e vitória sobre os inimigos. Mas a partir do versículo 15, o cenário muda — e as maldições começam a ser detalhadas, com o mesmo peso e abrangência. Tudo isso não para gerar medo, mas para reforçar a verdade espiritual de que nossas escolhas têm consequências eternas.

Essa realidade nos remete também à fala de Jesus quando visitou a casa de Marta e Maria (Lucas 10:38-42). Enquanto Marta se preocupava com os afazeres, Maria escolheu sentar-se aos pés do Mestre e ouvir Sua Palavra. Jesus não repreendeu o trabalho de Marta, mas exaltou a escolha de Maria: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. Ela escolheu o essencial, a comunhão, a Palavra viva.

Da mesma forma, Deuteronômio 28 é um chamado a escolher o essencial: ouvir, guardar e andar com Deus. É escolher a vida, ainda que o caminho pareça estreito. É optar por obedecer, mesmo quando o mundo oferece atalhos mais fáceis. A bênção não é apenas uma recompensa externa; é a própria presença de Deus que caminha conosco, transforma nosso interior e nos conduz à eternidade.

Diante de tantas vozes, caminhos e propostas, a Palavra nos convida a escolher com sabedoria. O convite divino permanece: “Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30:19). Escolher a vida é escolher o Senhor. É dizer “sim” ao propósito, à fidelidade e ao amor que nunca falha. É escolher, como Maria, a melhor parte — aquela que permanece para sempre.