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Edições impressas

A dor da rejeição

 

No reality ou na vida, o ser humano sofre com o desprezo ou a falta de aprovação do outro

Por: Claudia Mastrange

Uma das palavras que mais tem sido ouvida ultimamente é : rejeição. Nos embates – ou tretas – e paredões do “Big Brother 21”, assunto que mais bomba nas redes sociais e em dez entre dez rodinhas de conversa do povão, uma discussão frequente é quem é o ‘mais rejeitado’ na opinião do público. Formaram-se verdadeiros mutirões para eliminar Karol Conká, depois que a cantora tornou-se a grande vilã desta edição, o que lhe deu o maior índice de rejeição de todas as edições. Ela foi eliminada com 99,17% dos votos. O cantor Projota, outro integrante do time dos ditos vilões, arregalou os olhos ao descobrir que seu índice de rejeição foi 91,89%, em sua eliminação, no último dia 17 de março.

Mais do que medo do paredão, que significa a possibilidade de deixar a competição e perder R$1,5 milhão em prêmio, os confinados deixam muito claro, em conversas e enfrentamentos, que morrem de medo da rejeição popular, de serem ‘cancelados’, como atualmente definem os internautas, na terra virtual que não perdoa ninguém e exponencializa erros e acertos. A cada passo ou confronto, é comum se defenderem bradando: “O Brasil tá vendo!”.

E como definir a palavra rejeição? “Rejeição significa deixar de lado, desprezo, abandono. Invalidar ou anular o outro. Ferir, humilhar com a intenção pública ou não de dizer que o outro não merece nada, nenhum tipo de afeto nem o ódio”, explica a psicóloga Daniela Generoso. Ela afirma que ser desprezado por alguém independe se essa pessoa tem alguma relevância emocional ou não. “É uma dor muito profunda que pode levar a problemas de ansiedade, depressão, automutilação e suicídio”.

A psicóloga Daniela Generoso fala sobre a dor da rejeição, o famoso “cancelamento” dos dias atuais Foto: Divulgação

Ainda tendo como referência as relações humanas no BBB, foi nítida a mudança de postura do cantor Fiuk, quando sobreviveu ao primeiro paredão. Ele confessou que estava se sentindo rejeitado e, ver que o público não votou para que ele saísse do reality, lhe deu mais segurança. “Pela primeira vez eu senti que sou querido”, disse aliviado, pulando na piscina e passando a se posicionar com mais firmeza no jogo.

“Todo ser humano tem a necessidade de pertencer a algo, um grupo, de ser amado e o desprezo vem na contramão disso tudo, porque dizemos a esse indivíduo que nem o ódio, ele merece, ou seja, ali há uma nulidade da existência e tudo que ele representa”, ressalta Daniela.

A psicóloga afirma que a primeira coisa a fazer quando se é rejeitado é procurar validar sua identidade.

“Se você não sabe quem você é qualquer caminho serve. Preciso entender qual é o gatilho emocional que me prende à afirmação do outro sobre mim mesmo”, afirma, dando uma dica de exercício: respirar prolongadamente, inspirando por 3 segundos e expirando por 5 segundos. “Nesse movimento temos a oportunidade de jogar oxigênio ao cérebro dando tempo para pensarmos e não agirmos por impulsividade ou emoção. Ao respirarmos colocamos em pauta aquilo que realmente sou e não aquilo que o outro diz que sou”, finaliza.

Boa dica para o Gil não acham?

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