Por Luciana Marques.

Cantor e compositor de bossa nova, samba e música carioca, Thomas Morkos, é um artista absolutamente independente, fora dos padrões a priores comerciais e com uma malha cultural robusta, que atualmente elenca mais de 95 composições. Morkos, iniciou sua carreira no universo musical, há anos atrás, quando entre vários outros trabalhos, tocou e cantou em uma banda de rock que levava o seu nome e também como fundador do bloco de carnaval Segura o meu Semblante, onde cantava e tocava cavaquinho. Algum tempo depois, Thomas emplacou quatro composições para novelas da emissora de TV Record.

A bossa nova, o ritmo central do cantor, está no inconsciente coletivo carioca, por hora, em processo de reconexão com a geração mais contemporânea. E muito embora, Morkos se achasse pouca areia para o caminhão de históricos, musicalmente representativos de João Gilberto e Tom Jobim; Thomas abraçou o desafio e decidiu humildemente honrar tais referências e começar a fazer Bossa Nova do jeito dele. O intuito era e continua sendo expressar-se através das suas próprias canções, buscando um estilo, um “traço” único a oferecer para a sua geração; mas claro! Sem deixar de lado o tom e a linguagem tradicionais da Bossa, em seus shows charmosamente intimistas. Thomas com muito carinho destaca que o seu coração é um “poço de gratidão” ao público fiel que acompanha o seu trabalho, conferindo diariamente razão e sentido ao que ele faz. O Jornal DR1 entrevistou o cantor e músico, Thomas Morkos, que contou sobre sua trajetória e novidades na carreira.

Jornal DR1: Como e quando você iniciou a sua carreira como cantor e compositor de bossa nova?

Thomas Morkos: Em um dia, de 2017 para 2018; bem despretensiosamente, comecei a dedilhar uma música que era para ser um Pop Rock e enquanto eu não sabia o que eu iria escrever no refrão da música, eu comecei a transformá-la em um samba, quando finalmente acabou se tornando uma Bossa, chamada: I know that is love. O hit acabou emplacando muito bem nas redes sociais e resolvi tentar, seguindo a linha de composição da Bossa Nova; com atualmente a produção musical de Guilherme Ge.

Jornal DR1: Qual é a sensação, de ter o apoio e a aprovação de um dos nomes de maior renome da bossa nova, o Roberto Menescal?

Thomas Morkos: É a maior alegria da minha vida musical! Eu já sou realizado por isso. Isso já fez valer toda uma vida artística para mim.

Jornal DR1: Qual o momento mais marcante na sua carreira como cantor até aqui? Qual foi a sensação?

Thomas Morkos: Foi o meu show de lançamento, que aconteceu esse ano no dia 10 de agosto, que por força da tradição só poderia ter acontecido no Beco das Garrafas, que é considerado o berço da Bossa Nova no Rio de Janeiro, em Copacabana. A sensação foi como uma benção de Deus, porque também aconteceu na companhia do lendário ex baterista do Tom Jobim, o Paulo Braga.

Jornal DR1: Na sua opinião o que ainda significa um grande desafio para que cantores e compositores empreendam em pleno ano 2022, apesar de toda facilidade proporcionada pelas plataformas digitais?

Thomas Morkos:  Na minha opinião, o desafio é encontrar uma forma de colaboração com a cultura musical e artística nacional e mundial. Ou seja, descobrir o que o meu trabalho tem de diferencial, de conceitual para agregar a cultura musical. Fazer um trabalho de polimento, de definição, conceito artístico e batalhar para expressar a minha forma de arte. Pois não é fácil encontrar diante da riqueza da música brasileira a própria linguagem, sem perder a familiaridade com a Bossa. É desafiador encontrar o estilo próprio, a personalidade e ainda assim agregar coisas novas para oferecer ao meu público.

Jornal DR1: Você já compôs 95 canções. Existe alguma técnica diferenciada de inspiração que você utiliza para compô-las com mais facilidade?

Thomas Morkos: Para mim o princípio é o refrão, que é como se fosse a impressão digital da canção. Geralmente ele carrega a ideia central do conteúdo da minha música e eu o trato como o ápice de toda a temática. O refrão é o clímax que se envolve junto a frases de impacto atreladas a uma melodia marcante. Um dos segredos é em quem você se inspira porque a arte vai se transformando; então, eu passo o dia ouvindo alguns clássicos dos mestres, tentando captar seus momentos, emoções guardadas e o espírito da música. Uma outra maneira de compor, é pegar o violão e mostrar a sua música, porque eu não vou pegar o violão, tocar uma música e lançá-la se eu perceber que as pessoas não gostaram. Seja qual for a música, você precisa gostar dela apenas na voz e violão, porque se ela já ficar boa assim e o público gostar, nós podemos colocar todos os outros elementos em cima da canção que ela vai ficar melhor ainda. Isso aumenta o nível de exigência do trabalho.

Jornal DR1: Quais influências você teve para compor a música Like a miracle once more?

Thomas Morkos: Essa música de minha autoria, foi um feat que eu realizei junto ao meu mestre, cantor e compositor de Bossa Nova, Roberto Menescal. A minha influência foi a Bossa clássica, porque eu não quis reinventar a “roda”, na verdade eu quis criar a roda, como sempre (risos). A like a Miracle é uma música feita 100% em inglês e ela tem algumas sutilezas contemporâneas na melodia, que se comunicam com as gerações atuais, apesar de ser muito familiar à Bossa. A história dessa música passeia entre o universo concreto, ao mesmo passo que dialoga com o abstrato. Nessa Bossa, inusitadamente o tema é o amor e não as paisagens do Rio.

Jornal DR1: O ano de 2022 está findando, mas os fãs ainda podem ter esperança de novidades para um futuro bem próximo?

Thomas Morkos: Sim! Eu vou fazer uma participação no show da minha amiga Eliana Salek, dia 18 de novembro na casa Julieta Sepa, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Outra novidade, é que todas as músicas do meu show serão lançadas até o final do ano com gravação profissional de vídeo e produção profissional do áudio, além do próprio show na integra, que foi o lançamento desse trabalho. Os fãs podem aguardar também pelo lançamento da música Flor do Arpoador, que será lançado até o fim desse ano. E para fechar, em breve deverá rolar uma parceria com um grande mestre da música brasileira o qual por alguns motivos, irei divulgar em breve no meu Instagram: @thomasmorkos