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A superação como mola propulsora de crescimento e motivação

Karen Ferro: luta contra o preconceito (Foto: Divulgação)

Por Claudia Mastrange

Todo mundo quer ser feliz e ter uma rotina tranquila, mas a vida é feita de altos e baixos e as situações difíceis nos testam e nos fazem crescer cada vez mais. São verdadeiras ferramentas de aprendizagem. Uma experiência difícil pode ajudar pessoas a rever valores, perspectivas e até mesmo, projetar novos caminhos. O importante é tentar ver o lado positivo das coisas e superar os obstáculos.

A fotógrafa Shalimar Winkler é um exemplo de superação. Aos 15 anos, descobriu ter espondilolistese, distúrbio na coluna vertebral em que há um desgaste do disco que fica entre as vértebras. Precisou se submeter a uma cirurgia. Aos 36, já como fotógrafa profissional, voltou a sentir os mesmos sintomas de dor e foi parar novamente numa mesa cirúrgica. “Fiquei muito preocupada porque é como se a gente perdesse o amortecimento das vértebras, o que as faz deslizarem. A pessoa fica limitada, o retorno da flexibilidade não é rápido, e se não operar, a vértebra sai do lugar e a pessoa pode ficar paraplégica. Por isso, acho importante fazer o procedimento com um neurocirurgião”, explica ela, que só voltou a trabalhar no estúdio, sete meses depois de operada.

Shalimar Winkler (Foto: Laura Pio)

“Tento ter uma vida normal, mas até hoje, dois anos depois, tenho algumas limitações. Não posso fazer exercícios funcionais, crossfit, nada de impacto, e alguns aparelhos na academia. O lado bom é que você corrige a postura. Quando cai um objeto no chão, por exemplo, agacho e pego, não dobro mais a lombar porque força a coluna”, completa a fotógrafa queridinha de famosos, como Susana Alves, Karina Bacchi, Marcio Kieling e sua esposa Jacqueline Fernandez, Cassia Linhares, entre outros.

Outro caso de superação é a da empresária carioca Karen Ferro, que comanda a Team Nogueira Cachambi, primeira franquia carioca da rede de academias Team Nogueira, que pertence aos irmãos e lutadores Minotauro e Minotouro. Quem vê hoje o sucesso da franquia, um dos grandes destaques da rede e com três mil alunos desde a sua inauguração, em 2013, não imagina os obstáculos pelos quais Karen precisou passar.

Ela tinha 27 anos e foi a primeira mulher a ficar à frente de uma franquia da Team. Era modelo, atriz e tinha uma marca de acessórios, mas largou tudo para encarar o desafio. Venceu todos os preconceitos, principalmente por ser mulher. Alguns homens, inclusive antigos funcionários, não aceitavam as ordens dela. Além disso, há cinco anos, resolveu literalmente entrar no mundo da luta e passou a lutar e competir no jiu-jitsu, aonde também sofreu preconceitos.

“No início sofri muito preconceito. As pessoas me subestimavam por ser mulher e estar à frente de uma academia de luta. Acho que se perguntavam: o que ela está fazendo aí? Tive vários problemas com alguns funcionários [homens], que hoje não trabalham mais na Team. Não me viam como chefe e não aceitavam ordens. Por algumas vezes, tive que pedir para o Alberto Ramos, professor de jiu-jitsu e hoje meu marido, para conversar com eles. Hoje em dia, todos me respeitam bastante”, conta.

A empresária lembra que também sofreu bastante no tatame, lutando jiu-jitsu. “Quando vou competir, sinto que as adversárias acham que não tenho perfil de lutadora e que vai ser fácil me vencer. Quando ganho, vejo e ouço alguns comentários partindo delas, bem irritadas por terem perdido para mim. Não esperam”, diz ela, que, em 2015, ganhou a medalha de bronze no World Master Championship, realizado, em Las Vegas.

Psicóloga Adriana Cunha (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com a psicóloga Adriana Cunha, quando você estiver em meio a dificuldades e pensar em desistir, o ideal é lembrar-se dos obstáculos que já foram superados. “Se conseguir fazer isso, muitos problemas serão resolvidos ou, pelo menos, encaminhados. Olhe pra dentro e sonde suas motivações, analise se estar na zona de conforto é realmente mais vantajoso do que se erguer e recomeçar, se reinventar! Como falava Raul Seixas, ‘prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!’, cita.

Esse posicionamento, para Adriana, acaba sendo uma reflexão sobre nós mesmos, sobre a vida, sobre as pseudos limitações! Então, depois de cada um de nós encarar muita pedra do caminho, valorizar cada conquista, cada dia vivido, com determinação e gratidão, já é um passo a mais na busca por uma vida mais próspera e feliz. “Em todos os momentos da vida, seja lá o que você faça, olhe pra cima e agradeça o simples fato de existir”, conclui a psicóloga.

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