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A voz do samba e das causas sociais

Fundadora da Escola Mirim Mangueira da Manhã, Alcione é porta-voz em defesa das mulheres e do futuro das crianças

Com voz potentes e composições que marcaram e marcam a vida e história de muitos brasileiros, a cantora Alcione, a eterna “Marrom” dispensa apresentações. Mas a beleza da artista não está apenas na aparência,  voz, canções, desfiles de carnaval, mas também fora dos palcos e investindo no futuro e talento de crianças e adolescentes. 

 A dama do samba é cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira. Uma das mais notórias sambistas do país, com trinta álbuns de estúdio e nove ao vivo,  ela vendeu 8 milhões de cópias de discos em todo o mundo. Desde pequena, graças ao pai  policial e integrante da banda de sua corporação, João Carlos Dias Nazareth, Alcione fez sua primeira apresentação aos doze anos. O pai o ensinou, ainda cedo, a tocar diversos instrumentos de sopro, como o trompete e clarinete que começou a praticar aos nove anos.

E, foi durante uma apresentação na Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai, o crooner da orquestra ficou rouco, sendo substituído por Alcione. Na ocasião, cantou a canção “Pombinha Branca” e o fado “Ai, Mouraria”. O apelido Marrom, dado pelos integrantes da orquestra de seu pai, surgiu nessa época. Ela conta que seu pai era “bom homem” e incentivava as filhas a serem independentes desde muito cedo, a nunca obedecerem homem nenhum, além de lhes ensinar valores morais rígidos.  Aos 18 anos de idade formou-se como professora primária na Escola de Curso Normal, onde lecionou por dois anos até ser demitida aos 20 anos, por ensinar a seus alunos como se tocava trompete, querendo passar o aprendizado que recebeu, mas isso não agradou a direção da escola, que na época era muito rígida.

Após a demissão, continuou a dedicar-se à música, e dessa vez de forma mais intensa e exclusiva e, foi assim, que sua carreira deslanchou. Ela cantou na noite, participou de shows de calouros até assinar um grande contrato e se tornar uma das maiores vozes de todos os tempos. 

A Estação Primeira de Mangueira chegou na vida da artista em 1974, quando visitou a quadra e foi convidada a desfilar. Um caso de amor que dura até hoje. E  foi na Mangueira, que Alcione sonhou e fundou a escola de samba mirim Mangueira do Amanhã em 1987 e é sua presidente de honra. A escola descobre e forma talentos no samba e ajuda crianças na educação escolar.  

Sempre engajada em causas sociais, neste ano, Alcione fez a leitura da Carta-compromisso em Defesa das Meninas e Mulheres do Rio de Janeiro em evento promovido pela Secretaria de Estado da Mulher do Rio de Janeiro, em celebração aos 18 anos da Lei Maria da Penha. 

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