Por Claudia Mastrange
Uma entidade de utilidade pública que incentiva e promove o desenvolvimento da produção artística e cultural por meio das artes plásticas e visuais. Assim é a Academia Brasileira de Belas Artes (ABBA), com sede em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Órgão Consultivo do governo federal por conta da Lei nº 1.101, de 12 de maio de 1950, a ABBA desenvolve programas e projetos realizados no Brasil e no exterior, com interesse voltado para o patrimônio nacional. As atividades abrangem as áreas de educação, sociais e do meio ambiente, integradas à arte e cultura, em geral.
Recentemente reeleita para uma nova gestão, a atual presidente da ABBA, Vera Gonzalez, conta ao Diário do Rio que, além do êxito de suas atividades primordiais, uma das grandes conquistas da academia, em 2019, foi a sede própria. “Com empenho dos acadêmicos, conseguimos, após 70 anos de atividades, ter um espaço para reuniões e o desenvolvimento de múltiplas atividades como aulas, eventos e exposições para prestigiarmos uns aos outros e atrair o público em geral. É, sem dúvida, uma grande alegria”, conta Vera, que há anos solicitava apoio ao governo e chegou ver dois imóveis para reformar. Mas a solução acabou sendo mesmo mobilizar os membros da ABBA e alugar um local.
Na nova sede, as atividades estão a pleno vapor. O Espaço de Arte da ABBA oferece, de segunda a sábado, cursos de desenho artístico e personagens; pintura em tela, tecido e faiança; fotografia; cerâmica; pátina; história da arte; design de joias; encadernação; yoga, entre outros. “Um dos queridinhos é a Oficina de Arte para a Maturidade. Muito bacana ter opções para essa turma da chamada melhor idade”, diz Vera, que, anuncia outro evento, desta vez, para a turma miúda. “No ‘Arte Livre’ fazemos um trabalho social gratuito, em que as crianças criam suas obras de arte. Todos ganharão medalhas e diplomas”, explica Vera. A oficina vai acontecer em março, no calçadão de Copacabana, em frente à Rua Constante Ramos.
De 8 a 28 de maio será a vez da exposição ‘Abundâncias’, de Jorge Cordeiro Melo, ocupar as paredes da sede da ABBA, tendo como estrela uma parte do corpo: o bumbum. “Nesse projeto foi preciso grande quantidade de paciência e, às vezes, coragem pelo risco do inconveniente para com as pessoas fotografadas, sobretudo por ter que mirar em uma região corporal bastante sensível”, explica o artista sobre a mostra.
No segundo domingo de maio, a ABBA comemora também o Dia das Mães, com um evento recheado de criatividade, na Praça Edmundo Bittencourt, no Bairro Peixoto, zona sul do Rio. “E além das atividades locais, vamos ao exterior também. Já tivemos evento na Itália, em 2018 e, para 2021 planejamos atividades em Portugal e possivelmente na Alemanha. Temos muito trabalho pela frente. A meta é divulgar a arte sempre. Arte é uma questão de alma e um meio de se divulgar o saber”, afirma a presidente da ABBA.
Animadíssima com tantos projetos, a acadêmica Isis Berlinck, artista plástica e escritora, faz coro com as palavras de Vera Gonzalez. “Tudo isso aqui é um sonho que está se realizando, com a garra na nossa incansável presidente e de todos que se dedicaram para levar a Academia ao lugar que ela merece. Com todo o lindo legado dos acadêmicos, que não pode morrer e sim inspirar novos projetos. Estamos muito felizes nessa nova fase da ABBA”, finaliza Isis.
História da ABBA
A Academia Brasileira de Belas Artes foi fundada na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de abril de 1948, sob a liderança do artista, poeta e intelectual José Venturelli Sobrinho. A entidade é composta por 100 membros efetivos e perpétuos, conhecidos como “imortais”, escolhidos entre os cidadãos brasileiros com reconhecidos valores e talentos nas áreas de pintura, escultura, arquitetura, fotografia, gravura, cinema e artes digitais – computação gráfica 2D e 3D.
Na estrutura da academia, há ainda outras diversas categorias de membros, como os membros fundadores, que participaram da reunião de fundação da ABBA; os membros correspondentes, que contribuem para a causa acadêmica no Brasil e no exterior, como a ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, eleita acadêmica. Há também os acadêmicos Honoris Causa, como a diretora do jornal Diário do Rio, Ana Cristina Campelo de Lemos, que apoiam serviços da mais alta relevância ao desenvolvimento da arte e da cultura no Brasil ou no exterior, independentemente da área artística ou pessoal em que atuam. Todos ligados pelo amor à arte!
Fotos: Diário do Rio