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Aldir Blanc

Por Alessandro Monteiro

Nascido no Estácio, na Rua Pedreira, Aldir começou a compor aos 16 anos, com Sílvio da Silva Júnior. Em 1966, ingressou na Faculdade de Medicina, especializando-se em Psiquiatria. Em 1973, abandonou a Medicina, passando a se dedicar exclusivamente à música.

Considerado carioca exemplar em ação e comportamento, sendo frequentador assíduo dos blocos carnavalescos Simpatia é Quase Amor (nome de sua autoria) e Nem Muda Nem Sai de Cima, além de frequentar esporadicamente os bares cariocas Bip-Bip e Bar da Maria.

Torcedor do Vasco da Gama, notabilizou-se como letrista a partir de suas parcerias com João Bosco, criando músicas como Bala com Bala (sucesso na voz de Elis Regina),), O Mestre-Sala dos Mares, De Frente Pro Crime e Caça à Raposa

Uma de suas canções mais conhecidas, em parceria com João Bosco, é” O Bêbado e a Equilibrista”, lançada em 1979, que se tornou um hino contra a ditadura militar, também tendo sido gravada por Elis Regina.

Em um de seus versos, “sonha com a volta do irmão do “Henfil”, faz-se referência ao cartunista Henrique de Sousa Filho, que na época tinha um irmão, o sociólogo Betinho, em exílio político no exterior.

O sucesso “Amigo é pra essas coisas” em parceria com Sílvio da Silva Júnior, interpretado pelo grupo MPB-4, , com o qual participou do “III Festival Universitário de Música Popular Brasileira”.

Sua canção “Nação” (com João Bosco e Paulo Emílio), gravada em 1982 no disco de mesmo nome. foi grande sucesso na voz de Clara Nunes.

Em 1996 foi gravado o disco comemorativo Aldir Blanc – 50 Anos, com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em O Bêbado e a Equilibrista no disco comemorativo. Esse disco apresenta diversas outras participações especiais, como Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi. O álbum demonstra, também, a variedade de parceiros nas composições de Aldir, ao unir suas letras às melodias de Guinga, Cristóvão Bastos, Ivan Lins e muitos outros.

Também em 1996, Leila Pinheiro lançou o disco Catavento e Girassol, exclusivamente com canções da parceria de Aldir Blanc com Guinga. No disco há uma homenagem a Hermeto Pascoal, com a música Chá de Panela, que diz que “foi Hermeto Pascoal que, magistral, me deu o dom de entender que, do riso ao avião, em tudo há som”.

Em 2000, participou como convidado especial do disco do compositor Casquinha da Portela, interpretando a faixa “Tantos recados” (Casquinha e Candeia).

Aldir Blanc é um dos mais importantes compositores do Brasil. Cronistas dos bons, sabe e entende exatamente o que acontece dentro dos melhores sentimentos. Certeza entender de todos os rebuliços que moram dentro da gente.

Considerado um dos gênios da MPB, Aldir Blanc nos deixou na manhã desta segunda-feira (04), durante o fechamento desta edição que lhe prestaria uma homenagem em vida.

Vítima de a Covid-19, o artista entra para a estatística do país, sendo mais um brasileiro que sofreu com a negligência e o descaso da Rede Pública de Saúde do Estado. Obrigado Aldir, por sua valiosa contribuição à Cultura Brasileira.

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