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Ars Gratia Artis: Para 2024

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Agradecemos por estarmos juntos neste novo ano que se aproxima. Porque mesmo distantes, sabemos da presença que vai para além da obviedade dos sentidos.

Vivemos com coragem, fizemos o nosso melhor e aprendemos que o desânimo ocorre para aqueles que lutam, ensinando-nos que o bravo deve descansar, deve sorrir, tenha ou não seu corpo o vigor típico da juventude.

Agradecemos pela saúde, nossa e dos nossos amores. Por suas vitórias. E neste momento, como se não soubéssemos sequer o significado do impulso de julgar e condenar, perdoamo-nos a todos, em nós mesmos… O que não deixa de ser, principalmente, perdoarmo-nos a nós mesmos.

Tudo o que percebemos só se torna verdadeiro pelo concurso e dom da MEMÓRIA.  Ela é a chave oculta para a Misteriosa Presença que está entre nós. Que Somos.

Hoje, a criança que todos já fomos – todos nesta humanidade – e esses indivíduos em que nos tornamos…  em que diferem aos olhos da Eternidade?  Às crianças, dispensamos terno olhar e nos compadecemos de sua fragilidade… Quanto aos adultos, os julgamos pela ausência daquela ingenuidade… Acaso são tão menos frágeis? Porque hoje lutam em suas regras para defenderem suas novas crianças… E se seus acertos ou erros nos agradam, os julgamos bons… Caso contrário, sobram vociferantes adjetivos…  Em nossas memórias pulsa a força que subverte essas leis que vigoram desde o início das civilizações. Desrespeitamos as Leis do desequilíbrio.

O que dizer daqueles que antes de nós vieram e se foram? Nossas saudades… No que erraram, nós vemos a luta. No que estiveram distantes…  só vemos gratidão porque não há lugar para outras coisas.

Que é esse sentimento feito da substância dos sonhos? Isto que suspende os tantos julgamentos, isso que nos faz agradecer a nossos antepassados e aos que se foram com tudo o

que somos e sabemos; mesmo os que se foram tão precocemente… de todos a nossa saudade é como uma flor que não ousamos arrancar; em direção ao Sol ela cresce e exala um doce néctar que nos conforta, consola e nos dá a dimensão de nossa pequenez diante do Tempo.

Criemos as melhores memórias que o espírito e as máquinas possam registrar em 2024; porque, haja o que houver,  estaremos juntos no lugar do Mistério e lá ouviremos a voz do Silêncio, a música das esferas, cantando a fé como o presente do impossível: ao confiarmos no que há para além dos sentidos, traremos novos  sentidos para tudo.

Não é justo se entristecer pelos fins com os quais o Mundo nos tenta derrubar.  Todas as coisas nasceram para terem seus fins, é da natureza de tudo o que existe acabar… Então, nesse tão pouco tempo que temos, aceitemos o outro como ele é, aprendendo a  ver a beleza onde quer que ela esteja.

Cada vida é uma obra de Arte única, cujo mistério se revela pelo milagre da vontade.

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