Ilumina-te. Concentrado na unidade de todos os seres vivos. Mantido sobre a Luz Clara. Usa-o para alcançar o entendimento e o amor. Se tu não podes manter a felicidade da iluminação e se tu te estás deslizando dentro do contacto do mundo exterior. Recorda: As alucinações que podes experimentar agora, as visões e introspecções te ensinarão muito sobre ti mesmo e o mundo. O véu da rotineira percepção será mudado em teus olhos. Recorda a unidade de todas as coisas vivas. Recorda a glória da Luz Clara. Deixa-te guiar através de tua nova vida que vem.
Deixa-te guiar através das visões desta experiência. Se te sentes confuso, invoca a memória de teus amigos e de teus mestres. Trata de alcançar e conservar a experiência da luz clara. Recorda: A luz é a energia vital. A chama sem fim da vida. Um ondulante e sempre mudável torvelinho de cor pode apoderar-se de tua visão. Esta é a incessante transformação da energia. O processo vital. Não temas. Entrega-te a ele. Une-te. Forma parte de ti. Tu és parte dele.
Recorda também: mais além da contínua e fluente eletricidade da vida está a última realidade. O Vazio. Teu próprio saber, formado na não-possessão de forma ou cor, é naturalmente vazio… A realidade final. O Todo bondade. O Todo paz. A Luz. Resplandecente. O movimento é o fogo da vida do qual tudo vem. Une-te. Forma parte de ti. Mais além da luz da vida está o pacífico silêncio do Vazio. A quieta felicidade mais além de todas as transformações. O sorriso de Buda.
O Vazio não é o nada. Desobstruído, brilhando, comovendo, feliz. O vazio é o princípio e o fim ele mesmo. Consciência de diamante. O Todo Bondade Buda. Tua própria consciência, brilhando, vazia e inseparável. Não-pensamento, não visão, não-cor, é vazio. O intelecto brilhando é cheio de felicidade e silencioso. Este é o estado de perfeita iluminação. Tua própria consciência, brilhando, vazia inseparável do grande corpo resplandecente, não tem nascimento, nem morte. É a imutável luz que os tibetanos chamam Buda Amitabha. O saber da não-forma começando. Conhecer isto é suficiente. Reconhecer o vazio de tua própria consciência para ser domínio de Buda Permanece neste reconhecimento e tu manterás o estado da divina mente de Buda’.
Trecho inicial do ‘Bardo Todol’, o Livro Tibetano dos Mortos
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