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As lágrimas da vitoriosa

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, neste dezembro, proposta a destinar verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para ações de enfrentamento à violência contra a mulher. Aprovou nove propostas para marcar os “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, como a criminalização das violências política e institucional contra mulheres e a determinação de políticas integradas de combate à violência (PL 5091/20, PL 349/15, PL 4287/20*).

Mulheres se recusam cada vez mais a se calarem diante da violência. Não aceitam que continuemos vítimas da perspectiva de quem enxerga a “fragilidade” do gênero feminino como “fraqueza” suscetível a abusos. Esta postura tem se generalizado nas mais diversas gerações. Ela ousou sonhar. Ela não aceitou o “não” como resposta. Ninguém a pode impedir de ser quem desejou ser, o que quis ser.

Raquel não permitiu que lhe dissessem que não chegaria a lugar algum, que não teria oportunidades, que não conseguiria alcançar seus objetivos.  Provou para todos, para si, que com esforço, trabalho, estudo, dedicação, determinação, é possível realizar qualquer sonho. Raquel Silva Rosa, jovem mulher de 19 anos, moça guerreira e bravia, depois de lutar, colheu a imensa vitória de se formar na Escola de Sargentos de Logística em primeiro lugar, dentre mais de 400 graduados.

Raquel, a menina sonhadora, a mulher empoderada, virtuosamente alcançou a glória de receber a “Medalha Caxias Distinção Militar”, e, ainda, a grande honra de receber a “Medalha Marechal Hermes – Aplicação e Estudo” por todo o seu mérito e brilhantismo. Não à toa, debulhou-se em lágrimas, coroando o momento do reconhecimento inegável do seu alto valor e capacidade com o sabor salgado no rosto iluminado.

Raquel, filha de mãe orgulhosa, defensora de sua pátria amada, sensibilidade e força feminina de farda. Ela fez acontecer. Personalidades femininas que marcaram nossa história têm agora seus nomes em espaços da Câmara dos Deputados, como a aviadora Anésia Pinheiro Machado, proclamada decana mundial da aviação feminina pela Federação Aeronáutica Internacional em 1954, e, Marília Chaves Peixoto, matemática e engenheira, primeira mulher brasileira a ingressar na Academia Brasileira de Ciências, em 1951. Raquel Silva Rosa também fez história, é exemplo e esperança. Todos os dias: faça a sua voz ser ouvida!

 (*Fonte legislação: Agência Câmara de Notícias em

https://www.camara.leg.br/ )

Sabrina Campos

Advogada e árbitra

diariodorioresponde@diariodorio.com.br

Foto: Ministério do Exército

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