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Botafogo e Vasco: apenas dias de luta

Botafogo e Vasco vivem as mesmas situações complicadas no atual momento. Ambos se encontram na zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, péssimas condições financeiras, dívidas constantes, problemas políticos e pressão da torcida. Esses aspectos acabam aos poucos destruindo esses dois grandes clubes. A tradição e a história não se apagam, mas os vexames mancham cada vez mais todo o histórico desses times.

Perigo do Rebaixamento

O Vasco é o 17° colocado com 24 pontos, 6 vitórias, 6 empates e 11 derrotas, uma campanha muito ruim e que faz ligar o sinal de alerta em relação ao rebaixamento, que seria o 4° em sua história. Para tentar sair dessa situação, o time precisa minimamente se organizar dentro de campo e unir forças para evitar mais um vexame para o clube. Não é hora mais de invenções e insistências em jogadores que não estão entregando absolutamente nada para a equipe. É preciso colocar os mais capacitados, para formar um time mais equilibrado e competitivo.

A união do elenco vascaíno será fundamental para tentar evitar o rebaixamento Foto: Lucas Bubols

Já a situação do Botafogo é um pouco mais complicada. O alvinegro carioca vem de uma sequência de 5 derrotas consecutivas, a última vitória no Campeonato Brasileiro foi há quase dois meses, diante do Sport, na Ilha do Retiro. No geral, o Glorioso tem 20 pontos, venceu apenas 3 vezes, empatou 11 e perdeu 9. Uma das piores campanhas da história do clube, que vive um momento bem complicado no âmbito político, refletindo diretamente no campo. O time tem suas limitações, mas não é uma equipe horrorosa para estar na penúltima colocação.

O japonês Honda prometeu união do grupo para tirar o Botafogo dessa situação Foto: Vitor Silva/ BFR

Problemas financeiros

O Botafogo é o clube com uma das maiores dívidas do futebol brasileiro. A sequência de gestões muito ruins atrapalha demais a saúde financeira da instituição. Em grave crise financeira e à espera da S/A, o alvinegro sobrevive de socorros frequentes para manter o mínimo funcionamento de suas atividades. Além de empréstimos para quitar contas básicas, como água e luz, o Glorioso por vezes não consegue bancar a realização de jogos tanto da base quanto do profissional. Os dois principais fatores para essa sobrevivência são a antecipação das receitas de TV e a venda do atacante Luis Henrique ao Olympique de Marselha, que gerou R$ 25 milhões em parcelas.

A situação do Vasco se encontra um pouco melhor, porém não é nada espetacular. Na última semana, o presidente Alexandre Campello apresentou o balancete do terceiro trimestre do clube. Em ano de pandemia, sem público e arrecadações com bilheteria e venda de jogos (orçados inicialmente em R$ 20 milhões), o resultado parcial tem R$ 33,9 milhões em valores de jogadores. Em 2019, foram R$ 7 milhões registrados em vendas. O Cruzmaltino esperava vender Talles Magno, mas a queda de desempenho do jogador afetou nas baixas propostas que o Gigante da Colina recebeu.

O orçamento do Vasco para 2020 previa arrecadação bem superior a do último ano (R$ 208 milhões). A diretoria colocou no orçamento R$ 324 milhões de receitas bruta, com R$ 310 milhões líquida. Até o fechamento do terceiro trimestre, esses valores chegaram a R$ 124,6 milhões, bem distante do estimado. Mas, com a questão da pandemia e os clubes brasileiros ficaram isentos de cobranças do Profut e do ato trabalhista, dois parcelamentos de longas dívidas. Com isso, o Cruzmaltino teve um alívio nas contas. Com R$ 119,8 milhões de despesas e R$ 124,6 de receitas, o clube registrou superávit de cerca de R$ 5 milhões.

Pressão da torcida

Os torcedores dos dois clubes estão bastante decepcionados com a situação ruim que ambos vivem. E mesmo sem a presença de público nos estádios, a cobrança da torcida é forte. Na última quarta (2), membros de organizadas do Vasco foram ao CT do Almirante, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para protestar contra o time. O volante Fellipe Bastos foi um dos jogadores que desceu do carro para conversar com os líderes do manifesto.

https://twitter.com/Colina_Informa/status/1334186820670730245

No Botafogo, os protestos foram intensos nos últimos dias. Na última terça, ameaças de morte foram pichadas nos muros do estádio e da sede de General Severiano, o que fez a diretoria alvinegra registrar boletim de ocorrência na polícia. E na última quinta-feira, um grupo de aproximadamente 20 líderes de torcidas organizadas do alvinegro foi recebido no Nilton Santos para uma reunião com o gerente de futebol Túlio Lustosa. A pauta foi sobre os resultados ruins do time no Brasileirão. Os torcedores pediram detalhes da situação do clube que só ouviram pela imprensa. Como o episódio de Honda, que reclamou do clube em rede social. Eles também cobraram mais esforço e desempenho dos jogadores na reta final do campeonato.

Muro do Estádio Nilton Santos com ameaça de morte Foto: Reprodução

Futuro de Botafogo e Vasco

O que se espera dos dois clubes do RJ é que não só se salvem do rebaixamento como se reestruturem para voltar a brigar por coisas maiores nos campeonatos que disputarem. Botafogo e Vasco são gigantes do futebol brasileiro que precisam voltar aos seus dias de glória.

Por: Luhan Alves

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