Parceria reforçada busca atuação mais integrada contra o tráfico, lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos
O governo brasileiro e a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) anunciaram nesta segunda-feira (9) o fortalecimento da cooperação bilateral no enfrentamento a crimes transnacionais. A ampliação da parceria prevê ações integradas de inteligência, troca de informações em tempo real e o uso mais eficiente das ferramentas de rastreamento e captura de criminosos com mandados internacionais.
A iniciativa foi formalizada durante um encontro entre representantes da Polícia Federal e diretores da Interpol, realizado em Brasília, com o objetivo de modernizar e ampliar o papel do Brasil na rede internacional de combate ao crime organizado.
Mais agilidade nas investigações e extradições
Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, o novo plano de cooperação permitirá respostas mais rápidas e eficazes a crimes como tráfico internacional de drogas, armas, pessoas, lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos.
“A colaboração com a Interpol é essencial para desarticular redes criminosas que atuam além das fronteiras nacionais. Com essa ampliação, ganhamos agilidade no acesso a dados estratégicos e na execução de mandados de prisão internacionais”, afirmou Rodrigues.
Interpol elogia papel do Brasil
A Interpol também destacou o papel estratégico do Brasil como hub regional na América do Sul no combate a redes criminosas internacionais. Com uma das maiores unidades nacionais da organização (o chamado Escritório Central Nacional), o país desempenha papel-chave na identificação de fugitivos, cooperação jurídica internacional e ações de repressão a crimes transnacionais.
“Estamos elevando a colaboração com o Brasil a um novo patamar. A segurança internacional depende cada vez mais da troca eficiente de dados e da confiança entre as polícias dos países-membros”, declarou Jürgen Stock, secretário-geral da Interpol.
Novas tecnologias e combate ao crime digital
Um dos focos da nova fase de parceria será o combate ao crime cibernético, que tem se tornado uma das maiores ameaças globais à segurança pública. O Brasil pretende ampliar sua atuação em operações conjuntas de rastreamento de hackers, desmantelamento de redes de fraudes digitais e proteção de infraestruturas críticas.
Além disso, está em desenvolvimento um plano para integrar novas tecnologias de biometria e reconhecimento facial aos bancos de dados compartilhados da Interpol, facilitando a identificação de criminosos internacionais.
Cooperação regional e global
A parceria também terá reflexos na atuação conjunta do Brasil com outros países da América Latina, promovendo operações simultâneas e estratégias regionais de combate ao crime organizado. A expectativa é que o Brasil lidere ou participe de ações coordenadas voltadas ao tráfico de drogas e combate à corrupção transnacional.
Uma aliança contra o crime global
O fortalecimento da cooperação entre o Brasil e a Interpol marca um passo importante na estratégia de segurança pública do país e demonstra o compromisso brasileiro com o enfrentamento de redes criminosas que operam além de suas fronteiras.
“Segurança é cada vez mais uma missão global. E para isso, precisamos estar conectados, cooperando e atuando de forma integrada com as forças internacionais”, finalizou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.