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Brasil em Alerta: país é o segundo em número de Síndrome de Burnout

No cenário acelerado e competitivo do mundo moderno, uma sombra escura paira sobre o ambiente de trabalho: a Síndrome de Burnout. Reconhecida recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional, essa epidemia emocional ganha destaque como um dos maiores desafios de saúde mental enfrentados por trabalhadores em todo o mundo.

 

A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional que surge em resposta a situações extremamente desgastantes no contexto laboral. Seus sintomas, que variam de exaustão física e mental a estresse, ansiedade e alterações de humor, são um chamado de alerta para uma crise que está se aprofundando nas entranhas das organizações.

 

“O reconhecimento oficial da Síndrome de Burnout como doença ocupacional pela OMS desencadeia uma série de implicações significativas. Aqueles que são diagnosticados com a síndrome agora têm garantidos os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários concedidos a indivíduos com outras doenças ou acidentes relacionados ao trabalho. Isso sinaliza uma mudança fundamental na forma como a sociedade enxerga e lida com a saúde mental dos trabalhadores”, explica Tatiana Gonçalves, sócia da Moema Medicina do Trabalho, especialista no tema.

 

Estouro de casos no Brasil

 

Os números são impressionantes e alarmantes: de acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 2021, um em cada quatro brasileiros está sofrendo com a Síndrome de Burnout. Com o Brasil ocupando o segundo lugar no ranking global de países com maior prevalência da doença, é crucial examinar as condições de trabalho e os fatores que contribuem para esse cenário preocupante.

 

“Temos testemunhado uma inversão drástica nas razões para os afastamentos do trabalho”, observa Tatiana Gonçalves. “Há duas décadas, os acidentes do trabalho e questões ortopédicas dominavam os afastamentos. Hoje, vemos um cenário diferente, onde cerca de 70% dos pacientes na Unidade da Moema apresentam problemas psiquiátricos, seguidos por questões ortopédicas”, destaca.

 

Essa mudança de paradigma reflete a crescente importância da saúde mental no local de trabalho. Entre os distúrbios que se destacam nesse cenário, estão a Depressão, Síndrome do Pânico, estresse e, particularmente recorrente, a Síndrome de Burnout.

 

Compreendendo a Síndrome de Burnout: Sintomas e causas

 

Tatiana Gonçalves compartilha uma visão abrangente dos sintomas dessa síndrome, que incluem aspectos afetivos, cognitivos, físicos e comportamentais. Esses sintomas podem variar desde sentimentos de tristeza e irritabilidade até dificuldades de concentração, problemas físicos e alterações comportamentais significativas.

 

As causas da Síndrome de Burnout estão enraizadas em fatores como alta competitividade no ambiente de trabalho, pressão inadequada e atividades intensas e arriscadas. Questões organizacionais, como sobrecarga de trabalho e desalinhamento de objetivos, também desempenham um papel fundamental.

 

Como Tatiana Gonçalves destaca, a Síndrome de Burnout não é apenas uma doença, mas um problema que exige ação e soluções eficazes. A prevenção envolve melhorar as condições de trabalho e as relações profissionais, reduzindo o isolamento e promovendo um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.

 

No caso em que a síndrome já se instalou, intervenções como afastamentos temporários, reorganização das atividades, investimento em interesses pessoais e prática de exercícios físicos podem ser fundamentais. A ajuda médica e a psicoterapia desempenham um papel crucial para compreender as raízes da síndrome e evitar recorrências no futuro.

 

A Síndrome de Burnout é um sinal de alerta para a necessidade urgente de repensar o ambiente de trabalho moderno e priorizar a saúde mental dos trabalhadores. À medida que o Brasil enfrenta uma epidemia crescente, a colaboração entre empresas, profissionais de saúde e governo é essencial para reverter essa tendência alarmante. Ações coletivas e medidas preventivas podem desempenhar um papel crucial na construção de locais de trabalho mais saudáveis e sustentáveis, garantindo um futuro mais brilhante para todos os trabalhadores do país.

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