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Candidatos à Prefeitura do Rio – Eduardo Paes x Martha Rocha

Foto: Divulgação/Campanha

Por Alessandro Monteiro

Entre 2009 e 2016 foi Prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Durante sua trajetória política, criou as Clínicas da Família, O BRT, as UPAs, Escola do Amanhã em tempo integral, o Parque de Madureira, o bilhete único tantos outros projetos. Sua carreira política se inicia, quando aos 23 anos, assumiu a Subprefeitura de Jacarepaguá e da Barra, dois anos após foi eleito vereador, em 1998 se tornou deputado federal e atualmente está na disputa pela Prefeitura do Rio pelo Democratas.

Ele, que é réu em recente processo sobre esquemas de corrupção nas investigações pela Operação Lava Jato, que apura crimes na Petrobras e outras instituições públicas do país, vem ganhando mais popularidade nas ruas e liderando as pesquisas. Paes tem a segunda maior coligação, totalizando até o momento.

No entanto, sofre os respingos da denúncia do MP-RJ, no qual sustenta que ele teria recebido da Odebrecht aproximadamente R4 10,8 milhões para financiar a campanha de reeleição em 2012, por meio de caixa dois, o sumiço das vigas da perimetral, implodida em 2013.

Em 08 de setembro, Eduardo Paes, foi alvo de um mandado de busca e apreensão, por suspeitas de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A denúncia foi aceita pelo juiz Flávio Itabaiana. De acordo com o Ministério Público Eleitoral, a denúncia está ligada ao recebimento acima mencionado no valor de R$ 10,8 milhões.

Em recente polêmica, Paes teve novamente seu nome atrelado ao ex-governador Sérgio Cabral, que disse apresentar à Justiça, uma carta escrita por Paes, indicando relação de próxima e laços de amizade com o atual Paes. Cabral foi condenado por mais de 200 anos de prisão e por meio de seus advogados, e busca tornar pública uma carta escrita por Paes, em março de 2014.

Nas acusações, Cabral afirma que Paes expediu um alvará em troca de doação para sua campanha em 2016, arrecadando 30 milhões, via caixa dois, para candidatos ao Senado do MDB em 2014.

A estratégia de Cabral é tornar pública a carta, e assim, sua pena, mostrando forte relação de proximidade com Paes. A informação foi publicada com exclusividade pelo jornalista Paulo Cappelli, do Jornal O Globo, que gerou um enorme frisson nos bastidores da política carioca.

Na última terça-feira (20), Paes teve seus bens bloqueados, por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça Fluminense

Gilberto Matos, no qual investiga o candidato por irregularidades nos processos de licitação dos transportes da cidade. O valor da indisponibilidade de bens chega a R$ 240,3 milhões e envolve ex-subscretário de Educação e o sindicato Rio Ônibus

Também foram penhorados os bens dos Consórcios Intersul, Internorte, Transcarioca e Santa Cruz e das respectivas empresas líderes Real Auto Ônibus, Viação Nossa Senhora de Lourdes, Viação Redentor e Expresso Pégaso até o valor de R$ 511.734.606,00.

O Ministério Público do Rio aponta haver indícios do direcionamento da licitação em favor das empresas, que já atuavam no ramo de transporte público de ônibus e, por meio da fraude, manteriam um oligopólio no setor.

Além disso, o MP alega ter ocorrido a prática de custeio em duplicidade das gratuidades no transporte por ônibus intermunicipais, ora com prejuízos aos cofres públicos do município, ora com a dupla oneração dos usuários pagantes do transporte por ônibus.

 

Atualmente líder nas pesquisas, seu plano de governo tem como alguns de seus objetivos centrais:

  • Recuperar e restaurar a qualidade dos serviços públicos prestados no município, sobretudo nas áreas da Saúde, Educação e Transportes – com foco em fazer voltar a funcionar a infraestrutura e os equipamentos já existentes;
  • Reduzir a enorme diferença de qualidade entre a educação pública e a educação privada na nossa cidade, a fim de garantir maior igualdade de oportunidades para todos os jovens e crianças cariocas – independentemente da renda de suas famílias ou se vivem em áreas urbanas ou em comunidades;
  • Capacitar melhor o carioca para o mercado de trabalho, atrair investimentos para a nossa cidade com foco nos setores de turismo, tecnologia, saúde, energia e audiovisual e garantir recursos para promover a revitalização de regiões degradadas, em particular da Avenida Brasil por meio de parcerias com o setor privado e com o governo federal – colocando sempre o interesse público do Rio de Janeiro acima de toda e qualquer divergência política ou ideológica;
  • Reduzir os alarmantes níveis de pobreza e indigência na nossa cidade por meio da ampliação de programas de transferência de renda, como o Cartão Família Carioca, da implantação de novos restaurantes e farmácias populares e de ações de acolhimento e promoção de cidadania voltadas para a população de rua.

MARTA ROCHA

Foto: Divulgação/Campanha

Já foi professora, delegada e a primeira mulher a assumir a chefia da Polícia Civil do Rio. Atualmente, é deputada estadual do Estado do Rio de Janeiro, em segundo mandato e busca também a vaga à Prefeitura do Rio, pelo PDT. Marta atualmente sofre com o desgaste de seu nome pela oposição, por ter sido chefe da Polícia Civil durante o governo de Sérgio Cabral, ex-governador preso e condenado por mais de 200 anos.

Durante suas entrevistas, Marta vem dizendo que “o maior desafio do futuro prefeito ou prefeita, será ajustar as finanças da cidade”. Ela que há mais de 19 anos, reside no mesmo apartamento no bairro da Tijuca e tem sua ficha limpa. Em suas falas, intitula-se “Embaixadora da Cidade” e pretende abraçar com responsabilidade a problemática da cidade.

No entanto, a população cansada de promessas, clama por um processo de renovação e princípios básicos como educação e saúde, tão prejudicados com a corrupção que afunda a cada dia, a cidade mais desejada pelo mundo.

O plano de governo da coligação PDT/PSB é o mais longo de todas as candidaturas no Rio de Janeiro, com 128 páginas. A partir do lema “Cidade mais humana, segura, criativa e sustentável”, o documento detalha propostas em 12 eixos.

A principal proposta para essa área é a criação do Projeto Estruturante Territórios Seguros para instituir o patrulhamento da Guarda Municipal, em cooperação com a Polícia Militar, “de pontos de concentração de crimes, com base na análise das manchas criminais”. Na primeira etapa serão seis territórios: Bangu, Campo Grande, Centro, Copacabana, Santa Cruz e Tijuca.

Ainda em relação à segurança, a coligação propõe revitalizar e incentivar a ocupação de espaços públicos para recuperar áreas degradadas.

Nos últimos duas, Martha Rocha anunciou que suas propostas contemplam a volta dos Cieps (Centros Integrados de Educação Pública) e reforçou na questão da segurança, com um projeto de fortalecimento da Guarda Municipal.

O que mais esperamos nessa disputa, é o comprometimento com o município e com a população, que já não aguenta mais corrupção, descaso com o dinheiro público, a falta de segurança e gestão pública. Mas vale ressaltar, que Eduardo Paes e Martha Rocha, foram os candidatos que mais receberam dinheiro de campanha.

A cidade atravessa um colapso financeiro que afeta diversas áreas, principalmente na educação e na saúde, que está a mercê.  O voto é um objeto político de transformação social. A única ferramenta capaz de mudar a história do país, das cidades e dos municípios do Brasil, que tanto sofrem com os esquemas de politicagem e corrupção.

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