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Caso Filó: o que é fato e o que não é.

 

A entrega da capivara gerou comoção na internet e gerou ataques ao Ibama, contudo, nem tudo é o que parece neste caso.

É fato que o caso da capivara Filó e seu tutor Agenor parou a internet. No entanto, o caso tomou um rumo polêmico quando Agenor foi autuado e multado pelo Ibama em mais de 17 mil reais, e a capivara Filó precisou ser entregue ao órgão ambiental. No dia 30 de abril, a deputada Joana Darc se envolveu na polêmica, e supostamente encontrou medicamentos vencidos e animais em más condições no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, em Manaus. Contudo, apareceu ainda mais desdobramentos dos fatos:

Agenor Tupinambá não é um ribeirinho, como divulgado na internet, mas sim um ruralista e estudante de agronomia, cuja fazenda de criação de búfalos está inserida em área invadida e desmatada, com um longo histórico de autuações por órgãos ambientais. Seu avô, Elmar Cavalcante Tupinambá, responde a processos por crimes ambientais, como desmatamento ilegal e invasão de terras indígenas, além de existirem relatos de ameaças aos povos Mura, em disputa por uma área de 1.500 hectares inserida na Terra Indígena de Guapenu, nos arredores de Autazes.

O estudante também promoveu e empresa Potássio do Brasil, uma mineradora que tem desrespeitado a soberania do povo Mura em Autazes, onde a empresa tem tentado minerar potássio sem a consulta prévia, livre e informada dos indígenas, como estabelece a Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. Os impactos da extração mineral sobre o território dos Mura afetam significativamente as comunidades ali presentes, seu modo de vida, abastecimento hídrico e alimentação, sendo alvo de processo judicial pelo Ministério Público Federal para garantir o direito dos indígenas. A área também se encontra ameaçada pela criação de búfalos da família de Agenor, como relatado pela comunidade.

Sobre a multa, o Ibama não autuou Agenor apenas pela tutela da capivara Filó, mas sim por outras espécies que teriam sido exploradas de forma ilegal pelo tiktoker para produzir conteúdo na internet. Segundo o órgão, animais como araras, preguiça real e jacarés, foram extraídos e de maneira ilegal pelo fazendeiro e alguns faleceram sob seus cuidados. Ou seja, o valor desta multa é a soma de todas essas infrações

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