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Centro Cultural Light: de levar iluminação para as ruas cariocas a cultura nos dias atuais

Entrada CCL - Fonte Tripaadvisor

Prédio em estilo neoclassicismo traz atividades gratuitas voltadas para o público infantil

Uma dor de cabeça para os cariocas, mas também necessária para o funcionamento da cidade, a Light é a empresa que fornece energia elétrica para o Rio de Janeiro e uma das primeiras empresas deste setor a surgir no Brasil. Foi fundada em 1904, em Toronto, no Canadá, por empresários canadenses que já atuavam em São Paulo no ramo de energia elétrica.

O nome original da empresa era “Rio de Janeiro Light and Power”, que recebeu permissão do governo brasileiro para atuar no país no ano seguinte à sua fundação, em 1905. Ao vir para a cidade, foi chamada de “Light” e o nome pegou tanto que passou a ser o nome oficial da empresa nos anos seguintes.

Todavia, para funcionar de fato na cidade, a empresa precisava de um prédio para poder operar. Foi então que em 1911 foi inaugurado o prédio principal da Light, na Rua Larga, hoje, a Avenida Marechal Floriano, que é paralela à Presidente Vargas. O edifício foi projetado pelo escritório americano F. S. Pearson, com sede em Nova York, que buscou bastante inspiração nas próprias construções novaiorquinas para levantar a obra.

O prédio mistura o estilo clássico, com suas falsas colunas, balaustradas e outros elementos decorativos em sua fachada, mas seu interior é uma estrutura feita de ferro, linhas simples e acabamento metálico nas esquadrias. Quase todo o material utilizado na obra foi importado dos EUA. A obra possui três pisos: sua frontaria é revestida no térreo, por cantaria e nos dois andares superiores por elementos de cerâmica cor de areia. Tal revestimento cerâmico está presente nas colunas, pilastras, entablamento, balaústres, pináculos, dando à frontaria caráter neoclássico. Marcando a fachada, quatro grupos de duplas colunas ladeadas nos dois extremos por duas robustas pilastras, suportam a extensa cimalha corrida. 

Este conjunto da edificação é característico do período do ecletismo arquitetônico. Teve duas grandes reformas que alteraram o projeto original: na primeira em 1936, em que parte do saguão utilizado como acesso à garagem de bondes virou o saguão principal e a recepção para atendimento ao público. A segunda foi em 1970, quando um mezanino foi construído aproveitando o pé direito do andar térreo para acomodar dependências de escritório, já utilizadas nos dois outros andares do prédio.

No ano de 1988, o prédio principal da Light foi tombado como patrimônio histórico pelo IPHAN. Já em 1994, foi fundado oficialmente o Centro Cultural da Light no térreo do edifício, sendo um dos primeiros espaços culturais da região. Focado principalmente para o público infantil, o centro possui a exposição fixa que conta a história da Light e da energia no Brasil, exibe maquinário antigo e os bondes de antigamente, além de mostras temporárias e várias atividades educacionais para crianças, todas gratuitas.

O espaço também possui o tradicional Teatro Lamartine Babo, cujas peças também tem foco no público infanto-juvenil e o Espaço Di Cavalcanti, exposição fixa do artista plástico brasileiro, que conta com quatro painéis da composição “Rio”, feitos na década de 50. Além das atividades serem gratuitas, é possível agendar visitas escolares em seu site oficial e durante o mês de janeiro, o CCL possui uma programação voltada para as férias, como mostrado na nossa edição anterior.

Contudo, importante frisar que apesar do espaço ser bem localizado e ser de fácil acesso através do metrô e do VLT, a área é um tanto quanto perigosa, principalmente no final da tarde. Cuidado redobrado para visitar!

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