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CPI da pandemia terá primeiro encontro na terça-feira (27); Aziz deve presidir comissão

Da Redação

A recém instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, já começa a render nos bastidores do senado. O futuro presidente, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que “até hoje está muito mal explicado” por que o Brasil não comprou 70 milhões de doses da vacina da Pfizer. Em agosto de 2020, o Governo Federal recusou a compra deste lote, que seria entregue ao país em dezembro do ano passado. Na época, o argumento utilizado foi que não existia concordância com as condições estabelecidas pelo laboratório e que a empresa não era responsável por efeitos colaterais. Foi quando Bolsonaro afirmou que “o cidadão poderia virar um jacaré”, e o Governo não seria responsabilizado.

Omar Aziz afirmou que isso será um dos temas que devem ser debatidos pela CPI que vai investigar “ações e omissões” do governo federal diante da pandemia de coronavírus. O primeiro encontro está marcado para esta terça-feira (27), onde será confirmado Aziz como presidente do colegiado e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), será indicado como relator.

Como o senado não tem poder para intervir nos estados e municípios, a CPI vai investigar os repasses do Governo Federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai tentar obrigar os tribunais internos a fazer essa investigação local, já que esse tipo de investigação interna é obrigação dos Tribunais de Contas de cada estado, que deve apurar e punir possíveis desvios na saúde, para o combate à Covid-19.

AS QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS

Ao instaurar a CPI da pandemia, o Governo Federal terá que responder questões como se houve omissão na compra de vacinas; se também foi omisso na questão dos respiradores e do colapso na saúde em Manaus (AM); se colocou a população em risco ao estimular o tratamento precoce, mesmo sem comprovação científica; o presidente Jair Bolsonaro também será julgado por estimular aglomerações e vetar trecho de lei que obrigava uso de máscaras e outros casos que possam ter sido visto como crime contra a saúde pública.

Além disso, a CPI também quer apurar qual foi a influência da interrupção do auxílio emergencial na crise sanitária e confirmar se estados e municípios podem ser responsabilizados pelo Governo Federal por causa da crise.

Em entrevista à BBC News, Omar Aziz confirmou essas questões que serão averiguadas pela comissão.

“É uma CPI que não procura se vingar de ninguém. É uma CPI para fazer justiça e a gente quer ver uma CPI a favor da vida, pelo número de óbitos que o Brasil já teve. Em relação a esquerda, direita, centro… Está morrendo gente da esquerda, direita, centro. Morre padre, morre pastor. Morre umbandista, morre ateu, negro, branco. Não é uma CPI de esquerda ou direita e muito menos permitirei que aquilo se torne um palanque político, porque seria um grande desrespeito ao número de óbitos que tivemos no Brasil. Temos que ter investigação séria.”, alertou.

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