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Dandara dos Palmares é símbolo de coragem e resistência quilombola

Foto: Reprodução

Figura essencial na luta contra a escravidão no Brasil colonial, Dandara enfrentou opressores, liderou batalhas ao lado de Zumbi e inspirou gerações com sua força, inteligência e compromisso com a liberdade

Dandara dos Palmares foi uma brava lutadora quilombola na época do Brasil colonial. Ao fugir dos engenhos, os escravos organizavam-se em quilombos, redutos onde podiam restaurar seus costumes africanos violentados pela escravidão.

Esposa de Zumbi dos Palmares, Dandara viveu no Quilombo dos Palmares, no Sul da então Capitania de Pernambuco, na Serra da Barriga (atual território do estado de Alagoas) no século XVII, e deu grande contribuição na resistência contra a opressão sofrida pelos escravos.

A data e local de seu nascimento são um mistério. Não há registros que determinem sua história. Entretanto, supõe-se que viveu em Palmares desde menina e ajudou na construção social da comunidade do mais conhecido local de resistência negra brasileira, que durou por volta de um século.

Na segunda metade do século XVI, a Capitania de Pernambuco possuía mais de 60 engenhos de açúcar, porém as dificuldades de utilizar o índio como força de trabalho, foram resolvidas com o tráfico de escravos africanos, que começaram a chegar ao Brasil a partir de 1532.

A economia da colônia dependia quase exclusivamente do trabalho realizado pelos escravos africanos, que eram mantidos sob severa vigilância e duramente castigados ao menor sinal de rebeldia.

Os escravos fugiam constantemente dos engenhos, sozinhos ou em grupos, e formavam quilombos: aldeias formadas por negros fugitivos, que ali podiam viver em liberdade e de acordo com sua cultura. Em 1600 algumas dezenas de escravos fugitivos já estavam instalados na serra da Barriga, onde se formou o Quilombo dos Palmares, o maior deles, chegando a ter 20 mil habitantes.

Morte de Dandara e de Zumbi

Dandara prezava muito por sua liberdade, ao ser capturada pelo governo, em fevereiro de 1694, tomou a difícil e corajosa decisão de se jogar de um penhasco, junto com inúmeros guerreiros. Ela preferiu acabar com sua vida do que ser escravizada.

Uma carta do governador de Pernambuco de 18 de fevereiro de 1696, narrando o acontecimento, diz, referindo-se aos negros, que “errando o caminho grande parte deles caiu de uma rocha tão alta que se fizeram em pedaços”. É possível que, conhecendo bem a região não tivessem errado o caminho e sim preferido a morte à escravidão.

Zumbi conseguiu fugir, mas foi traído em 20 de novembro de 1695, e preso por André Furtado de Mendonça, cabo da tropa de Domingos Velho, que imediatamente o degolou.

Em homenagem a Zumbi no dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra.

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