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Defesas de Bolsonaro e outros 6 réus devem insistir na redução de penas

Foto: Getty Images via BBC

As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seis réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista devem recorrer nesta segunda-feira (27) da condenação pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), e apostam na redução do tamanho das penas.

Já os advogados do tenente-coronel Mauro Cid, que conseguiram manter o acordo de delação premiada que previa pena de 2 anos de prisão, não devem questionar o entendimento dos ministros.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a redução de benefícios para Mauro Cid, também não deve recorrer da punição do militar. Sem o recurso, o caso de Cid pode já ser encerrado – ou seja, ter o trânsito em julgado declarado.

Trama golpista: defesas têm cinco dias para recorrer à 1ª Turma do STF após publicação de acórdão

Como o chamado núcleo crucial foi condenado por 4 votos a 1, os advogados tiveram cinco dias para apresentar os chamados embargos de declaração.

Esse tipo de recurso não costuma mudar a sentença, pois trata de esclarecimentos ou omissões na decisão da Turma. Em situações mais específicas, o mecanismo pode levar a algum ajuste do tamanho das penas.

Recursos de Bolsonaro

A defesa de Bolsonaro pode questionar o papel de liderança atribuído pelos ministros ao ex-presidente, o que garantiu a maior pena, que é de 27 anos e três meses de prisão. Para a defesa, a pena foi excessiva.

A equipe jurídica do ex-presidente tem dito que não ficou comprovado que a organização criminosa agiu de forma armada.

Outra possibilidade é insistir na tese de que as condutas enquadradas nos crimes de golpe de estado e tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito são as mesmas, portanto, deve prevalecer apenas a pena do mais grave, que seria o golpe nesse caso.

Os advogados ainda podem explorar possíveis contradições entre os votos do relator, ministro Alexandre de Moraes, e do ministro Luiz Fux, que defendeu a absolvição de seis dos oito réus do núcleo crucial.

Ex-presidente Jair Bolsonaro. — Foto: Getty Images via BBC

Ministros da Primeira Turma avaliam que o julgamento dos eventuais recursos deve ocorrer em breve.

A tendência é que o relator peça que a análise dos recursos ocorra já nos próximos dias. Existe também a possibilidade de que a análise dos ministros sobre os questionamentos seja feita no plenário virtual, quando os votos são inseridos no sistema eletrônico do Supremo.

O formato do julgamento ainda deve ser analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, e os ministros da Primeira Turma.

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