Esta semana, estamos lançando nossa coluna. Trata-se de uma série de textos produzidos por mim, Professora Doutora Fernanda Lessa, espero proporcionar a você leitor do Jornal DR1 o prazer da leitura de textos cuja temática varia, assim como o formato que pode ser em prosa ou em poesia.
Nossa dica é “aprecie sem moderações”! Para inaugurar esta coluna, deliciem-se com o poema intitulado Falta.
Falta
Sinto muito sua falta
Falta de você que só existia
em meu pensamento.
Um tormento
me angustia,
vontade de morrer,
de correr,
de gritar: “Cadê você?”
De fato, jamais o vi,
Com você não convivi,
Impediram-me de degustá-lo,
De lambuzar-me de você…
Já amar, como o fiz, meu caro amor
cuja real existência é a mim desconhecida.
Por sua ausência, acabei me destruindo,
desrespeitando-me
e caindo
no mais profundo
abismo.
Dele saí diversas vezes
em pedaços,
aos cacos,
chorando fraco para não ser ouvida por
ninguém…
Afinal, quem comigo convive senão eu mesma?
Sinto muito sua ausência,
ausência de quem nunca tive.
Ausência de seus carinhos nunca sentidos,
de sua atenção
que não passou de mera projeção.
Onde você está?
Será que virá?
Temo pelo parco tempo que me resta….
Isso justifica minha pressa.
Infelizmente você se encontra ausente,
embora esteja constantemente presente
em minha mente…
Vontade de chorar,
de sair por aí
sem rumo tomar.
Por becos passar
na ânsia de encontrar
quem pode a mim dar
o que o dinheiro é incapaz de comprar:
o amor. Sim, esse sentimento que busco,
há tempos, e que me deixa vulnerável
a ponto de aceitar qualquer pseudoamor!
Será que terei sua companhia?
Quem sabe em algum dia…
Sinto a ampulheta sinalizar
o esvair do que me resta.
Sinto de minhas mãos Cronos escapar
sem a mim dar
o prazer de comungar o Amor.
Afrodite, por favor,
não me deixe tão triste!
Só quero dar e receber esse sentimento sublime.
Que mal há nisso?
Hermes, por que me atormenta?
Vivo buscando a compreensão
do que me impede de ter um amor.
Será culpa do Cupido,
que, distraído,
não flecha meu amor?