Atualmente 50 milhões de brasileiros sofrem com hipertensão e apenas um terço tem a pressão arterial controlada. Se o Brasil ampliar o tratamento e elevar a taxa de controle da pressão arterial para 50% até 2030, mais de 350 mil vidas poderão ser salvas até 2040.
No Dia Mundial da Hipertensão (17/05), a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) traz um alerta sobre a importância do cuidado contínuo da pressão arterial e reforça a implementação do protocolo de recomendações para melhorar o diagnóstico, tratamento e monitoramento da doença. Além de especificar os cuidados necessários para mitigar os seus efeitos nocivos, as orientações abordam questões como acesso aos médicos, às receitas, aos medicamentos e aos cuidados de forma geral.
O protocolo é um projeto conjunto da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), Vital Strategies e Resolve to Save Lives. As recomendações propõem cinco componentes simples no nível da atenção primária de saúde. Ao serem priorizadas pelo menos duas das cinco recomendações críticas propostas, o Brasil poderá catalisar o aprimoramento no cuidado da hipertensão e facilitar o manejo do tratamento, salvando milhares de vidas.
Estima-se que 50 milhões de brasileiros sofram de hipertensão, mas apenas cerca de um terço tem a pressão arterial adequadamente controlada. É essencial discutir políticas públicas que garantam a adoção do tratamento adequado pelo paciente, uma vez que a hipertensão é uma das principais causas de mortes cardiovasculares no mundo. Frequentemente chamada de “assassina silenciosa“, não apresenta sintomas até que ocorra uma emergência médica. Se o Brasil ampliar o tratamento para alcançar uma taxa de controle da pressão arterial de 50% até 2030, mais de 350 mil vidas poderão ser salvas até 2040.
O primeiro ponto do protocolo reforça a importância de se realizar a medição da pressão arterial de forma adequada para o diagnóstico precoce da hipertensão. Sem essa medição correta, não é possível estabelecer o diagnóstico e, subsequentemente, otimizar o tratamento e o controle dessa doença. As orientações da SBH também reforçam o importante papel das equipes multidisciplinares para dar suporte aos pacientes e informar os prescritores sobre as necessidades individuais de cada um.
O protocolo especifica os cuidados necessários para mitigar os efeitos nocivos da pressão arterial elevada, que precisam ser contínuos na maior parte das vezes, por se tratar de uma condição crônica. Por exemplo, hoje as prescrições médicas limitam a dispensação de remédios para apenas três meses, obrigando o paciente a retornar para pegar nova receita. As orientações desse protocolo estabelecem uma recomendação de prescrição para seis meses a fim de reduzir a frequência de visita ao médico e evitar a interrupção no tratamento por eventuais dificuldades para marcar e comparecer às consultas.
Cinco componentes simples no nível da atenção primária de saúde para controle da Hipertensão Arterial
- Um protocolo de tratamento padrão simples e prático com medicamentos e doses definidos.
- Acesso confiável a medicamentos para hipertensão acessíveis.
- Cuidados baseados na realidade local do paciente e compartilhamento do acompanhamento entre o médico e equipe multiprofissional com intenção de melhoria do acesso aos cuidados recomendados pela equipe médica.
- Cuidados acessíveis aos pacientes, removendo todas as barreiras de acesso, pagamento e deslocamento, e fornecendo atualização das receitas e acesso aos medicamentos de 3 e 6 meses para pacientes com controle estável da pressão arterial (PA).
- Um sistema de monitoramento, preferencialmente digital, que forneça feedback em tempo real sobre as taxas de controle da pressão arterial e o progresso do programa de forma transparente, para incorporar responsabilidade e incentivos de melhoria da qualidade do programa.