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Economia Criativa do Carnaval: O Jogo do Bicho e a Escola de Samba II

Foto: Daiane Moraes

Continuando nossa história…

O Jogo do Bicho possui uma historiografia maravilhosa, presente no cotidiano da população desde a sua criação, no Brasil Império, remanescente de uma rica experiência; entretanto, assim como as Escolas de Samba, o Jogo do Bicho sofreu interpretações equivocadas, desconsiderações do Estado brasileiro, propiciando sua exploração por pessoas sensíveis à negligência das autoridades. De fato, os chamados contraventores ou bicheiros, como preferirem, surgem da fragilidade do Estado em lidar com a vontade popular, ou seja, permitir a prática dessa loteria de origem e história de características tão especiais.

Com efeito, a polêmica que envolveu a exploração do Jogo do Bicho, nasceu a partir da incapacidade das autoridades constituídas, em desconsiderar uma atividade de origem popular, entretanto,  rentável, assim como os Cassinos, que já deveriam estar liberados no país. Há jogos permitidos no Brasil, por exemplo, as loterias, das quais, o governo brasileiro, tentou mitigar a vontade do povo em tentar a sorte onde quiser, mesmo expondo-se ao azar de não ganhar.

Ao vislumbrar o imbróglio criado pela ineficiência e falta de gestão do Estado em controlar a atividade, o fragilizado poder público preferiu proibir, alegando, inclusive, uma pressão ou influência da Igreja Católica. O que não deveria ser verdade, não há nada mais bem frequentado nas quermesses das paróquias Brasil afora do que os Bingos, principalmente nesses tempos bicudos da economia brasileira, o que nos parece muito bem-vindos.

Ao pesquisar a historiografia do Jogo do Bicho e olhando de um ponto de vista histórico e antropológico, menos legal, causa certa angústia e nos faz pensar, infelizmente, na falta de zelo do Estado brasileiro com as coisas do povo, com as criações populares. Mais uma vez menciono o mexicano Manuel Zevada, precursor do Jogo do Bicho no Jardim Zoológico de Vila Isabel, que foi perseguido e proibido de exercer a sua criação em outros lugares, após ter a ideia de salvar os bichos do Zoológico, o que nos chama atenção e de qualquer cientista de história, é o fato desta loteria tornar-se a loteria mais famosa do país.

Este artigo, conta uma história verídica, já mencionada em vários livros, Podcasts, Sambas de Enredo, enfim, temperada com íntimos requintes no livrinho editado por Léo Christiano.

Luiz Carlos Magalhães, ex-presidente da Portela e atualmente Diretor Cultural da LIESA, também nos ajuda a entender a importância da história do Jogo do Bicho, em seus excelentes cinco Podcasts sobre a história riquíssima dessa loteria.

O Jogo do Bicho é uma loteria Carioca, inteligente, sofisticada, tornou-se paixão nacional, nasceu no bairro de Vila Isabel no Rio de Janeiro. Com seus 25 animais numerados, desenvolvem-se respectivas dezenas, centenas e milhares. Segundo o Jogo do Bicho, o leão tem número 16, no entanto, suas dezenas são 61, 62, 63, 64. Quantos anos você tem? Eu tenho a quarta do leão, ou 64 anos.

Um pouco mais jovem do que o Jogo do Bicho, são as Escolas de Samba, essas maravilhas criativas, que atravessaram períodos difíceis até serem consagradas e admiradas pela maioria da população. A Escola de Samba representa a essência e a origem do povo preto. Sua aparição cultural no Rio de Janeiro foi marcada com muita dor, perseguição e discriminação.

Com efeito, a prática do samba não era apenas proibida, mas, também, perseguida.

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