Ex-policial contou quemonitorou Regina com o mesmo carro usado no assassinato de Marielle Franco

Em seu acordo de delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa, responsável por executar Marielle Franco e Anderson Gomes, contou que foi contratado pelo bicheiro Bernardo Bello para matar Regina Celi, ex-presidente da escola de samba Salgueiro. A informação consta no relatório da Polícia Federal (PF) divulgado ontem (24) sobre as investigações do caso da vereadora, após decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de torná-lo público.

Na mesma época em que havia sido recrutado pela família Brazão para assassinar Marielle Franco, Ronnie Lessa confessou que também havia sido contratado por Bernado Bello para assassinar Regina Celi. Ele conta que essa tarefa foi passada por Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, morto em 2021.

De acordo com a PF, o plano foi motivado pelo controle do Salgueiro e organizado durante a campanha de reeleição de Regina, que mirava um terceiro mandato. Bello, hoje foragido da Justiça, defendia o candidato de oposição, André Vaz.

Lessa contou que monitorou Regina Celi com o mesmo carro usado no assassinato de Marielle, um Chevrolet Cobalt prata, e planejava matar a presidente do Salgueiro no mesmo bairro em que a vereadora morreu, o Estácio, na região central da cidade. Ele, no entanto, não conseguiu executar o crime.

Ocupado com a missão de assassinar Marielle, Lessa chegou a argumentar que a morte da vereadora seria mais “rentável”.

“Segundo RONNIE essa tarefa lhe foi apresentada por MACALÉ, tendo em vista que esse auferia o valor de R$ 50.000,00 mensais de BERNARDO BELLO e não tinha como negar um pedido seu. LESSA ainda ponderou dizendo que a empreitada em face de Marielle era mais rentável, mas MACALÉ o convenceu a aceitar e o levou para conversar com BERNARDO”, diz uma parte do relatório da Polícia Federal ao STF que detalha trechos da delação de Lessa.