Contemplado pelo edital “Cultura para a Infância Carioca”, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, o espetáculo de palhaçaria “Povo de Rua” faz sua estreia em 26 de fevereiro, às 10h, no Teatro Municipal Guignol Tijuca, na Praça Xavier de Brito – em apresentação gratuita e ao ar livre. A montagem é fruto das pesquisas do autor, diretor e artista visual Zeca Ligiéro e do ator e palhaço Bruno França. Em março, a peça faz uma circulação por outros três espaços culturais da prefeitura: Teatro Municipal Guignol Méier (6/3), Centro Cultural Municipal Prof. Dyla Sylvia de Sá (19/3) e Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas (26/3).
O espetáculo faz uso da linguagem do teatro de rua e da arte da palhaçaria para apresentar a figura do Zé Pilintra – uma entidade da umbanda conhecida por sua malandragem e por proteger o povo de rua nas madrugadas. “O Zé Pilintra representa uma figura singular e transgressora, que pertence a vários universos ao mesmo tempo, tanto em lendas urbanas quanto em rituais religiosos brasileiros. Ele traz a marca do humor em sua performance e protagoniza ritos que, além de cumprirem com a sua função religiosa, também funcionam como fonte de diversão”, explica o diretor Zeca Ligiéro.
Em cena, Bruno França promove o encontro do seu palhaço Felizardo com o Zé Pilintra. Felizardo diz que não é ator nem palhaço, mas um agente da felicidade. Carregando seu carrinho de feira cheio de ervas, tônicos, pomadas anti-inflamatórias e até uma loção que promete atrair o grande amor, Felizardo viaja de cidade em cidade oferecendo a cura para os mais diferentes problemas. Durante suas andanças, o palhaço incorpora Zé Pilintra, que chega bem vestido em seu terno branco e chapéu panamá. Suas vidas se cruzam e as histórias desses dois brincalhões são contadas numa conversa com a participação do público.
Carioca de Nilópolis, na Baixada Fluminense, Bruno tem a rua como palco em sua trajetória como artista. Fundador e integrante do Grupo Surgiu Na Hora, fez inúmeras apresentações em ruas e feiras. A umbanda está presente em sua vida desde a infância, por intermédio de sua avó e, depois, sua mãe. O “Povo de Rua” surgiu em 2018, quando Bruno fez parte do Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndias (NEPAA), coordenado por Zeca Ligiéro. “Foi ali que surgiu a ideia de Felizardo contar a história do Zé Pilintra. Todo esse aspecto da peça abre espaço para uma pauta contra a intolerância religiosa”, diz Bruno.
Bruno França – Ator, palhaço, diretor e empreendedor. Bacharel em Atuação Cênica pela UNIRIO (2014/2019). Fundador e integrante do Grupo Surgiu Na Hora. Integrou o projeto “Circo do Rio”, do Grupo Off-Sina, onde foi aluno da ESLIPA (Escola Livre de Palhaços). Com o espetáculo “Histórias Saídas de uma Mala” (2013), ganhou o Prêmio Culturas Populares – edição 100 anos Mazzaropi.
Em 2017, teve a preparação artística de Esio Magalhães e Tiche Vianna (Barracão Teatro, em Campinas) para seu espetáculo solo de palhaço “Mistério”. Em 2018, fez parte do Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndias (NEPAA), coordenado pelo autor, diretor e artista visual Zeca Ligiéro. Em 2020, dirige o espetáculo “O Menor Picadeiro do Mundo”, escrito e atuado pelo ator e palhaço Diego Marques.
Ficha Técnica
Atuação: Bruno França/Palhaço Felizardo
Direção: Zeca Ligiéro
Texto: Bruno França e Zeca Ligiéro
Consultoria corporal: Gabriela Santana
Consultoria vocal: Jane Celeste
Figurino e cenário: Ananda Almeida
Produção executiva: Almir Chiaratti
Entrada franca
Duração: 45 minutos
Classificação: Livre
Classificação indicativa: 10 anos
Local: Teatro Municipal Guignol Tijuca
(Praça Xavier de Brito – Praça dos Cavalinhos)
06/03 (domingo), às 10h.
Local: Teatro Municipal Guignol Méier
(Praça Jardim do Méier)
19/03 (domingo), às 10h.
Local: Centro Cultural Municipal Prof. Dyla Sylvia de Sá
(Rua Barão 1.108, Praça Seca)
26/03 (sábado), às 10h.
Local: Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
(Rua Murtinho Nobre 169, Santa Teresa)