Mais do que culpar as mudanças climáticas pelas enchentes ocorridas no sul do Brasil, deve-se apontar a negligência de políticos e a precária administração de bens públicos. Atividades como queima de combustíveis fósseis, descarte de resíduos e desmatamento, entre outras, atestam a causa do aquecimento global e consequentes mudanças climáticas. Soma-se a isso a irresponsabilidade de governantes, os quais simplesmente não cumprem as tarefas básicas para as quais foram designados: o gerenciamento e a manutenção de bens de interesse público e a garantia do bem-estar e segurança da população.
Construído para prevenir tais catástrofes, o sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre, constituído de 68 km de diques de terra, 14 comportas e sistema de bombeamento espalhado por todo o município, não funcionou por falta de manutenção adequada. Em vista disso, o pedido de impeachment do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), não causa espanto diante de uma população indignada com a tragédia. Apesar do descaso remontar de administrações anteriores, ocorre que o atual prefeito talvez tenha que pagar a conta. Será que tal medida poderá reparar as perdas sofridas?