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“Eu sinto reconhecimento da companhia, pela minha dedicação e meu trabalho, e também realizada de saber que vou vivenciar esse momento que é tão importante pra minha carreira”

A brasileira Letícia Dias é promovida a solista do Royal Ballet de Londres.  A bailarina carioca conquistou a promoção e performará como solista na temporada 2022/23.

Há quase 10 anos, Letícia Dias participou do Prix de Lausanne e foi premiada com oito bolsas de estudo nas principais companhias de ballet da Europa, incluindo Alemanha, Mônaco e Royal Ballet School, de Londres. Sonho antigo, a bailarina optou pela tradicional academia inglesa, onde ingressou em 2013 para se profissionalizar na arte.

Após completar os estudos no Royal Ballet, aos 18 anos, Letícia foi contratada para a companhia Birmingham Royal Ballet, na cidade de Birmingham, que fica a pouco mais de 200 km da capital inglesa. Depois de um ano, a bailarina voltou à capital quando foi contratada pelo Royal Ballet de Londres como artista da companhia.

Desde então, Letícia vem escalando os cinco principais cargos da Ópera e obteve duas promoções desde 2016: a primeira quando foi promovida de artista a 1ª artista, e agora, aos 25 anos, quando começa a temporada 2022/23 como solista. O objetivo é seguir em ascensão e um dia ocupar o cargo mais importante da companhia, o de artista principal.

Atualmente, a bailarina ensaia para as apresentações do espetáculo “The Nutcracker” (O Quebra-Nozes), que fica em cartaz do dia 6 de dezembro a 14 de janeiro de 2023.

O Jornal DR1 entrevistou Letícia Dias, a bailarina carioca que está abrilhantando na Royal Ballet de Londres.

Jornal DR1: Quando e como iniciou a carreira no ballet?

Letícia Dias: Iniciei minha carreira no ballet quando entrei na escola PetiteDanse, em 2006, quando tinha 10 anos. E em 2014, foi quando eu dancei no meu primeiro festival internacional, e percebi que existia a possibilidade de eu conseguir uma bolsa de estudos pra estudar fora e começar uma carreira de bailarina profissional.

Jornal DR1: Como ocorreu a participação do Prix de Lausanne?

Letícia Dias: O Prix de Lausanne é um festival que acontece todo ano no mês de janeiro, na Suíça. De mais ou menos 80 bailarinos, eles selecionam 20 que vão para a final, dos finalistas são selecionados oito bailarinos para entregarem essas bolsas de estudos completas, que foi uma das que eu ganhei pra vir pra Londres.

Jornal DR1: O que sentiu ao ingressar na Royal Ballet School?

Letícia Dias: É uma escola muito conceituada, sempre foi o sonho de muitos bailarinos fazer parte dessa escola, então claro que eu tive uma sensação de dever cumprido e realização. Então, o primeiro ano em Londres foi o mais difícil, porque tive que me adaptar ao estilo do Royal Ballet School, que é um estilo inglês de dançar. Foi o período de muitas sensações, mas a principal era de dever cumprido e orgulho por eu ter conquistado uma bolsa de estudos para começar a minha carreira.

Jornal DR1: Como foi o processo para se tornar artista da companhia Royal Ballet?

Letícia Dias: O processo para entrar como artista do Royal Ballet não foi como eu tinha planejado de início. Sempre tive o sonho de entrar na companhia do Royal Ballet como artista, mas não aconteceu de primeira, eles não tinham espaço suficiente. Então, eu fui pra Birmingham, trabalhei um ano lá e fiquei mandando e-mails pra fazer aulas com a companhia do Royal. Esse momento foi bem complicado, porque depois de dois “não’s” eu achei que tinha acabado meu sonho. Mas, mesmo assim não desisti e continuei em contato com eles. Foi quando finalmente, em junho de 2016, eles me chamaram.

Jornal DR1: Qual é a importância da Royal Ballet na sua carreira?

Letícia Dias: A importância do Royal Ballet na minha carreira é tudo, é o que me faz levantar da cama todos os dias. É uma companhia conhecida pela sua história de bailarinos lendários que passaram por aqui. É uma companhia gigante, estou muito feliz e orgulhosa de fazer parte dela.

Jornal DR1: A apresentação do espetáculo “The Nutcracker” será a realização de um sonho? Por quê?

 Letícia Dias: Dançar esse papel no Quebra-Nozes será a realização de um sonho. De acordo com o tempo em que você está na companhia, com experiência e técnica, você vai ganhando papéis novos. Esse papel é a realização de um sonho, porque consigo ver todo o meu desempenho e trajetória dentro de um espetáculo, começando do menor papel possível até chegar ao papel principal. Estou muito feliz e ansiosa para fazer o papel que eu sempre sonhei neste ballet.

Jornal DR1: Como se sente ao saber dessa grande apresentação?

Letícia Dias: Moro sozinha há quase 10 anos, sinto saudade todos os dias, mas sacrifiquei tudo isso pra estar aqui. Então, eu sinto reconhecimento da companhia, pela minha dedicação e meu trabalho. Meu primeiro papel principal vai ser no Quebra-Nozes este ano, então estou contando os dias para iniciar a temporada.

Jornal DR1: Qual é a importância do incentivo à arte e à cultura para as crianças?

Letícia Dias: Acredito que o incentivo à arte e cultura para crianças é o que realmente o mundo precisa. O mundo sem a arte seria muito triste. Então, acredito que muitas pessoas e crianças têm essa paixão e esse dom, e só precisam de investimento para uma arte tão bonita. O Brasil está cheio de talentos que só precisam de incentivo e investimento para que a arte possa tocar a todos.

Jornal DR1: O que o público pode esperar do espetáculo “The Nutcracker”?

Letícia Dias: O público pode esperar do Quebra-Nozes, acredito que é a magia do natal. É um espetáculo que gira entorno desse tema, tem mudanças de cenário, um mágico. Então, tudo isso o transforma num espetáculo lindo. Queremos transmitir toda essa magia e energia natalina para o público.

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