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Favelas cariocas devem ter alto volume de compras, espera Logtech

 

Pesquisa indica que renda média das famílias das comunidades periféricas do país alcança R$ 3,036,23; o que faz com que consumo supere a marca de R$ 167 bilhões ao ano, ajudando a alavancar o PIB brasileiro

Estimativas mostram cenário positivo para as vendas para o Natal de 2023, previsto para ser promissor no comércio em geral. Um estudo recente divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) indica que as vendas para o período natalino deste ano, devem registrar crescimento de cerca de 5%, o que representa o maior salto desde 2013, quando a alta foi de 4,9% naquela época.

 

A perspectiva também é reforçada pela pesquisa realizada pela Meta, “Expectativas da Temporada de Compras 2023”, desenvolvida em parceria com a Offerwise, na qual revela que 89% dos consumidores brasileiros planejavam fazer compras no intervalo entre a Black Friday e o Natal. De acordo com a logtech Carteiro Amigo Express (CAE), especializada em transporte de itens dentro e fora das comunidades que opera na favela da Rocinha e em mais 9 favelas cariocas – Rio das Pedras, Cidade de Deus, Vidigal, Vila das Canoas, Parque da Cidade, Muzema, Tijuquinha, Gardênia e Morro do Banco- a estimativa é que o volume de entregas no período natalino aumente em 40%, em relação aos meses subsequentes normais.

 

“O consumo na Rocinha e em outras favelas deve crescer exponencialmente no Natal, quando comparado com 2022. E, com o acesso facilitado ao cartão de crédito, o morador da comunidade consegue comprar, de forma parcelada, itens caros e cobiçados, como geladeira, TV e outros itens de utilidade doméstica de valor mais alto”, afirma o CEO do Carteiro Amigo, Pedrinho Jr., empreendedor social nascido na Rocinha, e hoje morador da comunidade do Rio das Pedras.

 

Ainda de acordo com o CEO da logtech, os produtos mais procurados no Natal devem ser: itens de vestuário (camisetas, calças, peças íntimas), eletroeletrônicos (celulares, fones de ouvido, roteadores de internet, notebooks), eletroportáteis (airfryers, batedeiras, liquidificadores), artigos para casa, produtos para pets) e cosméticos (shampoo, condicionador, perfumes, maquiagens), chocolates (doces, bebidas e comidas, no geral); brinquedos acessórios; artigos de decoração; entre outros.

 

Inclusão financeira e renda no pós-pandemia

Em um contexto onde a inclusão financeira e o acesso aos serviços bancários são vitais para a recuperação econômica pós-pandemia no Brasil, a logtech aparece como um catalisador de mudanças nas favelas brasileiras. Para este período, as compras em grandes marketplaces estão no radar dos consumidores, como também os moradores das favelas cariocas, regiões que ainda são consideradas como “restritas”, conforme algumas outras operadoras de logística, algo que complica a vida dos moradores e potenciais consumidores, sem a comodidade de receber itens em suas casas.

 

Diante dos desafios logísticos para a inclusão financeira, a logtech de impacto social desenvolveu uma solução para promover a inclusão financeira, com maior acesso a compras para quem habita essas comunidades e até então era considerado “invisível” para gigantes do setor varejista, por não ter um CEP para receber suas encomendas. Para alavancar o número de vendas nas comunidades, o Carteiro Amigo Express lançou neste ano, um braço logístico focado na entrega de cartões de crédito, promovendo a inclusão digital e econômica nas favelas do Rio.

 

Uma edição recente do estudo “Persona Favela I Dia da Favela 2023”, desenvolvido pelo NÓS – Pesquisas, indicou várias características sobre os habitantes dos morros. Destrinchando, um dos balanços mostra que a renda média das famílias das comunidades periféricas do país alcança R$ 3,036,23; o que faz com que consumo supere a marca de R$ 167 bilhões ao ano.

 

Maior acesso a compra a crédito

Tradicionalmente, boa parte dos cartões de crédito pedidos por moradores de favelas sequer chegam ao destino certo, devido a irregularidades nos endereços e falta de CEP. Segundo o CAE, aproximadamente metade desses cartões se extravia (cerca de 50%), e muitos clientes precisavam ir a uma agência dos Correios para retirar o tão desejado cartão.

 

Para auxiliar na inclusão financeira e enfrentar os desafios logísticos impostos nessas regiões, a empresa concebeu uma solução para fomentar a inclusão financeira e ampliar o acesso às compras para aqueles que habitam as áreas marginalizadas, até então negligenciadas pelos grandes varejistas devido à falta de um CEP específico. A logtech passou a ampliar para a entrega de cartões de crédito — considerado uma renda extra para muitas famílias, tendo juros abaixo do Cheque Especial. Dessa maneira, o CAE tornou-se um ator para a inclusão digital e econômica nas favelas do Rio.

 

“Aumentar a inclusão financeira nas favelas, além de promover a cidadania, impulsiona o poder de consumo das comunidades, que podem incrementar o faturamento para os varejistas. Dessa forma, a maior acessibilidade ao crédito não apenas beneficia quem vive nos morros, mas também cria oportunidades de crescimento para os marketplaces que não conseguem realizar entregas nessas regiões por serem consideradas de risco”, resume Thiago Monsores, CPO do Carteiro Amigo Express, sobre o projeto inovador que está revolucionando a vida dos moradores de comunidades do Rio.

 

Para Monsores, com o CAE operando nas comunidades, o cenário mudou de forma significativa, com elevação a 82% dos cartões entregues com sucesso, representando um aumento de 60% nas entregas bem-sucedidas”.

 

“O projeto do Carteiro Amigo Express demonstra que as instituições financeiras podem explorar um nicho de mercado com consumidores potencialmente lucrativos que vivem em mais de 700 favelas apenas no Rio, se considerarmos só a favela da Rocinha, estamos falando de um poder de consumo acima de R$ 1 BI por ano”, acrescenta Pedrinho Jr.

 

Facilitador de compras

Dados do SPC Brasil e do Portal Meu Bolso Feliz apontam que o cartão de crédito é uma das principais modalidades de pagamento usadas pelos consumidores em todo o mundo e, no Brasil, já são quase 52 milhões de usuários. Segundo a pesquisa, 53% dos entrevistados de todo o Brasil possuem cartão de crédito, com uma média de quase dois por pessoa. Desse total, quase metade (47%) parcelam as compras com esse meio de pagamento pelo menos uma vez ao mês, principalmente no caso de roupas (48%), calçados (44%) e eletrodomésticos (44%).

 

O impacto dessa iniciativa para facilitar a vida dos moradores das favelas cariocas, vai muito além da simples entrega de cartões de crédito. Um estudo realizado em 2021 pelo Instituto Outdoor Social Inteligência revelou que 86% dos moradores de comunidades já possuem conta em banco, e 30% deles utilizam contas digitais.

 

Além disso, a pesquisa apontou que a maioria dos moradores recebe seus rendimentos em dinheiro, mas uma parcela significativa utiliza o Pix e “maquininhas” de cartão. “A preferência por bancos digitais e o uso predominante de aplicativos de celular para transações financeiras demonstram a adaptabilidade dessas comunidades à era digital”, acrescenta Monsores.

 

Sobre o Carteiro Amigo Express – A CAE é uma logtech de impacto social especializada em postagem, retiradas, entregas de cartões de crédito e encomendas da internet dentro e fora das favelas do Rio de Janeiro. Ao menos sete comunidades são contempladas, assim como mais de 30 bairros adjacentes já contam com os serviços de logística da empresa. Criada em 2000, na Rocinha, a CAE foi a primeira startup a entregar correspondências na comunidade da Rocinha e tem como missão digitalizar as favelas “de dentro para fora”, levando dignidade para as comunidades, igualando o acesso a oportunidades, gerando renda e trazendo também comodidade para a população das comunidades restritas aos centros urbanos da capital carioca. A startup visa impulsionar o empreendedorismo e promover negócios com propósito, capazes de solucionar problemas sociais e ambientais relevantes para a população local.

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