Descendente de japoneses, Márcio dedica-se a ajudar as pessoas e ressalta a importância da educação na infância

Em frente ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública, há um canteiro de pedras portuguesas. Descendo a rua conforme a inclinação a direita, há uma árvore e mais a frente dela, três placas de painéis solares. Seu dono vive debaixo das folhas da árvore. Ele usa a energia solar para consertar aparelhos celulares. De graça. Seu nome é Márcio Nishimura.

Márcio Nishimura é descendente de japoneses, vindo de uma família de cinco anos. Nascido em Santo André, no estado de São Paulo, Márcio na verdade cresceu em uma pequena cidade próxima. Segundo ele, seus pais pouco lhe deram atenção a ele e a seus irmãos. Sua irmã tirou a própria vida aos 18 anos e a educação de Márcio ficou em segundo plano.

Para ele, isso é a coisa mais que mais falta no mundo e é muito necessária: a educação que os pais dão aos filhos. Principalmente, na mais tenra idade. Cuidar da criança, lhe dedicar tempo, carinho e atenção para educa-la a falar desde cedo.

Márcio, que tem 44 anos, vive uma vida celibatária e mora nas ruas. Atualmente, vive no tal canteiro em frente ao Ministério Público, na Avenida Marechal Câmara, onde conserta celulares usando a energia gerada por três placas solares que ele comprou e pediu para um amigo as receber em casa.

Tirando as peças necessárias para o conserto, Márcio não cobra nada pela sua mão de obra. Desbloqueio de celular, por exemplo, é um serviço que ele faz gratuitamente. Ele o faz por bondade, para ajudar as pessoas, pois acredita que a bondade é mais necessária que o bem material. Mesmo passando dificuldades na rua, Márcio tem fé em sua missão de ajudar as pessoas e acredita que a educação dos pais com seus filhos, principalmente uma comunicação melhor dentro deste laço é que fará a diferença para humanidade.

Márcio já viajou ao Japão algumas vezes e trabalhou em fábricas por lá, mas por não conseguir se adaptar ao idioma, voltou ao Brasil. Aprendeu a consertar celulares por conta própria, sendo auto ditada. Não possui formação, mas trabalhando em vários lugares, até mesmo relojoaria, aprendeu a fazer consertos e seu parco sustento vem da renda de benefício do governo, no qual diz estar satisfeito, levando uma vida simples.