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Histórias de Futebol: A história de um menino que queria ser jogador (parte 1)

Essa é a história de um menino que queria ser jogador de futebol. Ele brincava diariamente na rua com os colegas, foi crescendo e gostando cada dia mais de jogar futebol. Costumo dizer que estava no sangue dele, pois haviam outras brincadeiras da época, como pião, pique-esconde, pipa, pique-na-lata, entre outras brincadeiras, mas a prioridade dele era Futebol. Passava horas na rua jogando, tanto que perdia até a hora do almoço.

Com o decorrer do tempo, ele foi adquirindo experiência e técnica, pois ele jogava com garotos de todas as idades. Com 10 ou 12 anos ele começou a jogar com os maiores, e até adultos. Com o tempo, ele foi adquirindo habilidades, agilidade e técnica, apesar da dificuldade em ser aceito no meio dos maiores pois, por ser menor, quando driblava alguém acabava apanhando e se machucando. Muitas vezes ele chegou em casa machucado, mas não era isso que o impediria de continuar jogando e driblando os jogadores, e os problemas que pudessem vir.

Era um menino de família humilde, porém, sem grandes dificuldades financeiras. O pai do menino conversou com um senhor que deu a ele uma carta para que o menino mostrasse seu futebol no Botafogo. E assim ele o fez, levou o filho juntamente com a carta até o estádio do Botafogo. Por pouco o menino não perdeu a chance que havia ganhado, pois o pai dele era um tanto devagar, e eles acabaram chegando atrasados.

O time da categoria de base não treinava em Marechal Hermes, eles treinavam no campo do Pavunense. Então quando o menino chegou, o ônibus já está a saindo, mas deu tempo de entregar a carta e embarcar no ônibus com os garotos que já estavam inscritos no clube. Ao chegar no campo do Pavunense, ele se deparou com mais de 200 crianças, mesmo assim, ele não se intimidou.

O treinador era o senhor Carlinhos, um senhor que conhecia e entendia muito de futebol, muito bem preparado como treinador. O treinador foi colocando as crianças para treinar e esse menino entre mais de 200 crianças, foi o penúltimo por ele ser um garoto de estatura pequena.

Quando chegou a sua vez, o treinador pergunto para o menino: “Será que você consegue passar por aquele lateral?”.

Ele foi aprovado no primeiro treino. Foi quando começou a jogar na categoria de base do Botafogo. Assim, ele começou a treinar no time. Só que, tinha um problema, ele não era acompanhado por ninguém, com apenas 12 anos, ele tinha que ir sozinho de Campo Grande para Marechal Hermes.

Todos os dias ele perguntava ao pai, quando o pai iria vê-lo jogar, e o pai sempre dizia que iria e esse dia nunca chegou. Os anos foram se passando e surgiram algumas oportunidades para ele e os pais não davam muita importância, porque os país dele tinham uma vida conturbada, repleta de brigas, ciúmes e traições. Então, o sonho do menino acabou se tornando um sonho só dele e ele percebeu que teria que lutar e perseverar sozinho.

Só que aquela situação era complicada, pois todos os país estavam sempre ali, apoiando seus filhos, comemorando com eles e se olhava para a arquibancada, não tinha ninguém para comemorar a sua jogada, e isso o deixava muito triste. De tanto insistir, muito tempo implorando, o pai resolveu ir a um treino do menino. Foi um dia marcante, ele foi para o treino todo feliz, chegou lá e apresentou ao time. Ele entrou no campo radiante como nunca esteve, correndo, se destacando, fazendo de tudo de para dar seu melhor, pois ali estava sua maior conquista, seu pai. Ele só queria que seu pai se orgulhasse, que vibrasse com ele, ele só queria tocar na bola e ouvir: “Vai, Filho!”.

Quando acabou o treino, ele foi correndo em direção ao pai para saber o que ele havia achado do treino, e o pai estava dormindo no banco, ele não assistiu nada.

Ele ficou muito triste, mas não desanimou, continuou sua jornada.

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