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Jovens sentem mais falta de amigos e da escola no isolamento, diz pesquisa

Foto: Pixabay

Da Redação

O isolamento social está afetando de forma significativa o comportamento e expectativas de jovens e adolescentes, principalmente aqueles com até 25 anos de idade. Sem poder ter contato com familiares e amigos, tampouco ir à escola, a maioria está ansiosa, deixou de praticar exercícios físicos e está mais desconfiada em relação às informações recebidas pelo governo, como mostra pesquisa realizada pela rede de escolas de informática Microcamp.

A pesquisa foi feita entre os dias 13 e 19 de junho, com 6.041 alunos da rede, em 59 municípios de cinco estados brasileiros. A maioria dos entrevistados é do sexo feminino (51,3%), tem idade a partir dos 10 anos, sendo a maioria entre 15 a 19 anos (51,5%) e está cursando o Ensino Médio (51,5%).

Apesar de ser uma geração que nasceu após o surgimento da internet, os jovens e adolescentes dizem que do que eles mais têm sentido falta nesse período de isolamento é do contato físico com os amigos e familiares, segundo 43,1% dos entrevistados. Já para 25,9% é de ir à escola e 24,4% de ir ao cinema, clube, jogos de futebol e shopping. E por mais acostumados que estejam à tecnologia, quando se trata de estudo no ensino regulamentar, a maioria (86,2%) prefere as aulas presenciais, contra 7,5% online e 6,2% semipresenciais.

Para 57,9% dos entrevistados, com a mudança das aulas presenciais para virtuais a tendência é piorar o aprendizado dos alunos, enquanto 30,2% acham que o nível do aprendizado será mantido, e 12,2% consideram que haverá melhorias. Isso, apesar da pesquisa ter apontado que a adaptação das aulas presenciais para o sistema virtual feita pelas instituições de ensino regular foi considerada boa para 36% dos entrevistados, regular para 35,5%, precária para 14,5% e muito boa para 14,4%.

Ansiedade e solidão

Para uma geração que tem como característica o convívio com diversos grupos, viver isolada e privada de fazer o que mais gosta trouxe consequências emocionais. E a pior delas, apontada por 56% dos entrevistados, foi a ansiedade, seguida pela solidão, citada por 23,1% dos participantes.

Na pesquisa, a maioria dos entrevistados (52,8%) disse se informar e saber muito sobre pandemia do coronavírus, contra 34,5% que afirmou ter muitas dúvidas sobre o assunto e 12,8% admitiu que não se informa. A maioria (40,8%) também afirmou acreditar que os números de infectados e mortos no Brasil são inferiores aos divulgados pelo governo, já 30,2% pensam que são verdadeiros e 29,1% acham que são superiores. Sobre a mídia, 90,5% disseram acreditar em parte do que é noticiado, 5,4% acreditam em tudo e 4,2% não confiam em nada.

Embora a maioria dos entrevistados (76,4%) seja a favor do isolamento, 50,3% disseram que o têm respeitado parcialmente, enquanto 48,7% totalmente e 1% admite não respeitar. Em relação à alimentação, 55,5% dos entrevistados assinalaram que permaneceram com mesmos hábitos alimentares, 27,7% disseram que se descuidaram e estão comendo mais e pior, e 16,8% garantiram estar se alimentando melhor e com mais qualidade.

Menos compras, mais lives

Mas nem os mais de três meses de isolamento afrouxaram os hábitos de compras dessa geração. A pesquisa apontou que 61,5% não têm hábito de comprar pela internet, 25,6% manteve a frequência de compra online e 12,9% cedeu à tentação e passou a comprar mais pela internet.

Para ocupar o tempo durante o isolamento, 57,7% têm assistido a séries, filmes e lives, enquanto 17% têm se dedicado aos estudos e novos cursos, 13,4% estão se dedicando à arrumação da casa, e 6,9% têm optado pelas vídeo chamadas com amigos e familiares. Os entrevistados também se destacaram no uso das redes sociais, sendo que o Youtube ainda é o preferido de 39,5% deles. Já 22,5% acessam mais o Instagram, 14,5% outras opções, 11,4% o Facebook, 7,1% o Tik Tok e 4,9% o Tweeter.

Na opinião de 50,1% dos respondentes, o que falta para as pessoas enfrentarem melhor a pandemia é responsabilidade, já 15% disseram solidariedade e 14,2% respeito. Em relação ao comportamento das pessoas pós-pandemia. Para 45,3% dos entrevistados, o comportamento será o mesmo porque o ser humano tem memória curta. Já os otimistas (40%) acreditam que vai melhorar porque as pessoas tirarão lições importantes de solidariedade nesta crise. E os pessimistas (14,7%) acham que vai piorar porque a tendência é as pessoas se tornarem mais individualistas e egoístas.

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