O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não vai dar lições” ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante um possível encontro entre os dois líderes no próximo domingo (26), na Malásia, afirmou o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, em entrevista à AFP.
Segundo Amorim, o objetivo do diálogo, ainda não confirmado oficialmente, será buscar pontos de convergência nas negociações comerciais entre os dois países, após Trump impor tarifas punitivas a produtos brasileiros em retaliação ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político do republicano, a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
“O presidente Lula não vai ficar dando lições ao presidente Trump, e espero que também o contrário não ocorra. Mas tem que haver um diálogo para buscar os pontos de encontro”, afirmou o diplomata.
Alerta sobre tensão na Venezuela
Durante a entrevista, Celso Amorim também comentou a crescente tensão entre Washington e Caracas, alertando que qualquer intervenção externa na Venezuela poderia ter efeitos devastadores na América do Sul.
“Não podemos aceitar uma intervenção externa porque isso vai criar um ressentimento imenso”, declarou. Ele destacou ainda os riscos humanitários, mencionando possíveis fluxos de refugiados para o Brasil e a Colômbia, e advertiu que uma ação desse tipo “pode incendiar a América do Sul” e levar à radicalização política em todo o continente.
O governo brasileiro tem defendido uma solução diplomática para a crise venezuelana e mantém diálogo tanto com o governo de Nicolás Maduro quanto com opositores do regime, em uma tentativa de evitar novos confrontos na região.





