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Maurina Pereira Carneiro: A Condessa que se fez jornalista (Parte 4)

Condessa Pereira Carneiro em 1926 - Foto oficial

Em 1923, durante as festas realizadas no dia 01 de Maio, do Trabalho, na Villa Operária Pereira Carneiro, e dedicadas a todos os empregados da firma do Conde, foi, após a missa celebrada na Capela da Villa pelo Revmo. Monsenhor Caspari Núncio Apostólico e D. Sebastião Leme, Arcebispo Coadjutor, inaugurado o retrato da Condessa Pereira Carneiro na escola que ali existia. A esse ato, discursou brilhantemente Coelho Neto, festejado homem de letras da época. Depois, em 12 de maio, a condessa ofereceu um almoço aos representantes dos estabelecimentos bancários daquela praça, quando a mesma pode levar os convidados e as autoridades para conhecerem a sua Fábrica de Tecidos S. Joaquim, para verem as instalações do dique lahmeyer, seguido das oficinas e estaleiros da Commercio e Navegação e por último ao Moinho Santa Cruz. Os Condes estavam muito felizes pois comemoravam quatorze anos de casados e as publicações da época o tinham como o distinto casal que tanto dignificava a família brasileira por suas belas e raras virtudes, e que tanto honravam o meio social em que viviam. Além das festividades do Dia do Trabalho eram famosas as festas do Natal da firma Pereira Carneiro. Ainda em 1923, o JB foi o primeiro a ousar a publicação de uma foto esportiva na primeira página, de um jogo Vasco e Flamengo.

Um ano depois, em 1924, o casal Pereira Carneiro, Condes da aristocracia vaticana, era homenageado com uma linda festa no América Hotel oferecida pelo coronel Ernesto Nascimento e senhora. Na década de 1920, além dos Pereira Carneiro (que sempre eram convidados para serem padrinhos de importantes e variados casamentos), figuravam nas colunas sociais os atos dos Srs. Condes Correia de Araújo também. Naquela década o auge eram as recepções oferecidas a autoridades diversas e personalidades mistas pelo casal de Condes, na residência Pereira Carneiro na Ilha da Conceição, quando sempre, os convivas posavam para fotográficas na conhecida escadaria da edificação. Em 1929 ofereceram lauto banquete a dois presidentes de estados progressistas brasileiros e em 1935 foram paraninfos da inauguração do novo Estabelecimento Balneário de São Lourenço, no sul de Minas Gerais, que foi considerado um dos melhores que existiam, não somente no Brasil, mas no mundo. Nesse mesmo ano, o Conde Ernesto, que dedicou parte da vida ao jornalismo, no JB e à divulgação da cultura, criava uma emissora de rádio sem finalidades lucrativas. Estava fundada a Rádio Jornal do Brasil.

A Condessa era, além do Conde, uma grande incentivadora de obras e de pessoas, como a soprano Eleonora Massot, filha do chefe militar Affonso Emílio Massot, que despontava na lírica nacional nos salões. D. Maurina era amiga íntima do poder e desfrutava da amizade de D. Darcy Sarmanho Vargas e também de Gabriella Besanzoni Lage, mecenas das artes e da cultura. Era moda ajudar, era moda incentivar os novos valores e os impulsionarem às posições destacadas em seus pódios. Isso em 1938, mesmo ano em que os Condes Pereira Carneiro propuseram esplêndida homenagem ao Interventor em São Paulo, Adhemar de Barros, no palacete residencial dos ilustres fidalgos em Botafogo. Apesar dessas proximidades, a Condessa Pereira Carneiro jamais se envolveu em questões políticas. Sua única e inflexível influência exerceu-se sempre ao apoio à Igreja católica. Era fato que a Condessa ia à missa todos os domingos e o “Jornal do Brasil”, quando em sob sua direção, jamais apoiou o divórcio. Já o Conde, era um apreciador moderado da política e foi deputado à Assembleia Constituinte do Distrito Federal em 1933 e à Câmara dos Deputados de 1935 a 1937.

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