Conhecido por transformar as comissões de frente em verdadeiros espetáculos cênicos e repletos de surpresas, ele brilhou especialmente na Imperatriz Leopoldinense

Morreu nesta terça-feira (28) aos 61 anos o coreógrafo Fábio de Melo, um dos nomes mais inovadores do carnaval carioca. Conhecido por transformar as comissões de frente em verdadeiros espetáculos cênicos e repletos de surpresas, ele brilhou especialmente na Imperatriz Leopoldinense, ao lado da carnavalesca Rosa Magalhães. A causa da morte não foi divulgada. O velório aberto a amigos e fãs do artista, foi realizado no Cemitério do Catumbi, sábado dia 1° de fevereiro, às 9:30h da manhã.

Fábio de Melo deixou sua marca no carnaval a partir dos anos 1990, quando elevou o conceito das comissões de frente a um novo patamar, trazendo elementos teatrais, figurinos elaborados e coreografias que encantavam o público e os jurados. 

Sua parceria com Rosa Magalhães na Imperatriz Leopoldinense resultou em desfiles memoráveis, ajudando a escola a conquistar títulos com apresentações que misturavam arte, história e emoção. O artista ganhou sete Estandartes de Ouro além de ter sido campeão por cinco vezes com a escola de Ramos e garantir, por 11 anos consecutivos, gabaritar com notas 10 o quesito.

Além da Imperatriz, Fábio também trabalhou com outras escolas de samba, como Mocidade Independente de Padre Miguel, Inocentes de Belford Roxo, Beija-Flor de Nilópolis, Estácio de Sá e Unidos do Viradouro. 

No mundo da dança o coreógrafo teve grandes feitos e realizou a direção de espetáculos ao lado de grandes nomes do ballet clássico, como: Marcelo Misailidis, que protagonizou “Nijisnki” e “Zorba – O Grego” nos anos 90. 

“Que honras sejam feitas à memória de Fábio de Mello, reverenciemos o legado de um artista gigante, um “metteur en scène” espetacular, e um dos mais marcantes coreógrafos na década de 90, que junto a Rosa Magalhães ressignificou o Carnaval do Rio de Janeiro ao revolucionar as Comissões de Frente”, declarou Marcelo Misailidis em uma postagem no Instagram.

O coreógrafo, que foi diagnosticado com a Síndrome de Guillain-Barré, um distúrbio autoimune em que o sistema imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, lidou também com problemas financeiros, e teve uma vaquinha virtual aberta recentemente para ajudá-lo.