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Nosso Planeta: Distribuição das espécies em calores extremos

Pesquisadores de biologia da Universidade de McGill, localizada em Quebec, Canadá,  em colaboração com investigadores em Espanha, México, Portugal, Dinamarca, Austrália, África do Sul,  acabaram de publicar na revista Nature, uma descoberta sobre padrões relativos à importância da temperatura na determinação de onde as espécies vivem e sua sensibilidade às mudanças climáticas.

À medida que o planeta fica mais quente, espécies animais e vegetais ao redor do planeta experimentarão novas condições de vida imprevisíveis, que poderão alterar os ecossistemas de formas sem precedentes.

Os investigadores testaram o papel da temperatura como um fator que poderia limitar a extensão potencial do habitat de uma espécie. Eles compararam as temperaturas e áreas onde vivem atualmente 460 espécies de animais de sangue frio com as temperaturas e áreas onde poderiam viver com base na sua tolerância às temperaturas.

Eles descobriram que, ao contrário das espécies que vivem no oceano, os animais terrestres, como répteis, anfíbios e insetos, têm áreas de habitat que são menos diretamente afetadas pela temperatura. Quanto mais elevada for a latitude de uma espécie, menor será a sua tendência para viver em áreas próximas do equador com temperaturas que possam tolerar, dizem os investigadores. Isto significa que, em vez da tolerância à temperatura, as interações negativas com outras espécies – como concorrentes ou parasitas – podem ser o que mantém estas espécies afastadas deste habitat potencial.

Durante muito tempo se pensou que a distribuição das espécies na Terra era menos limitada pela temperatura e mais limitada pelas interações entre espécies nos trópicos, o novo trabalho mostra que não, que as espécies de latitudes mais elevadas estão cada vez mais excluídas da sua distribuição potencial nos trópicos, apoiando a ideia de uma equilíbrio entre amplas tolerâncias térmicas e desempenho nos trópicos.

Compreender como a temperatura determina a distribuição da vida é necessário para avaliarmos a sensibilidade das espécies às alterações climáticas contemporâneas.

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