Entre os desafios atuais da reciclagem de orgânicos está a presença de microplásticos no composto.

Nas últimas décadas a indústria de compostagem começou a enfrentar um grande desafio para a implementação desta prática por conta da contaminação por plásticos de embalagens de alimentos, microplásticos e nanoplásticos. 

Não bastasse já encontrarmos microplástico no ar, cerveja, mel, água, órgãos humanos, na placenta, no leite materno e nos peixes que comemos, agora também enfrentamos o desafios de reciclar resíduos orgânicos com estes materiais.

As embalagens plásticas são onipresente no universo de distribuição de alimentos. Enquanto nos países desenvolvidos é comum a presença de máquinas para a separação, em países como o Brasil a realidade é outra: a separação destes resíduos é manual. E mesmo a separação automática não irá garantir 100% de eficiência.

Outro problema enfrentado é que, mesmo quando separados na fonte, ainda sim, as sobras orgânicas acabam transportando, muitas das vezes, pequenos tipos de plásticos conhecidos como microplásticos ( fragmentos com menos de 5 milímetros. 

Uma pesquisa publicada na revista Science of The Total Environment, em 2020, sobre “estresse oxidativo em minhocas”, descobriu que estas pequenas partículas  acabam causando nas minhocas um estresse oxidativo, redução na produção de oxigênio, e alterações genéticas nas minhocas, já que estas acabam consumindo-as, além de transportá-las.

Um outro impacto da presença dos microplásticos no composto é que estes podem aderir às superfícies das sementes e raízes, o que irá inibir a germinação das sementes, a inibição das raízes e, consequentemente, a absorção de água e nutrientes. E por fim, impedir o crescimento das plantas.

Toda esta contaminação na reciclagem dos orgânicos vem chamando a atenção e começa a levantar preocupações quanto ao impacto na saúde por conta da contaminação do composto pelos plásticos.