Os plásticos são onipresentes em nossos ambientes internos e externos. Após a sua degradação física e fotooxidativa, decompõem-se em pedaços pequenos. Partículas de plástico derivadas de decomposição com diâmetro inferior a 5 mm são conhecidas como microplásticos. Já os nanoplásticos são partículas com diâmetro inferior a 1 nanômetro. Para efeitos de compreensão, uma célula de alga é maior que uma partícula de nanoplástico.
Uma via de exposição humana a estas partículas é através da água potável e engarrafada. O poliestireno está entre os microplásticos mais detectados na água que bebemos e no sangue humano.
Embora os microplásticos tenham sido recentemente detectados no sangue humano e na placenta, o seu impacto na saúde humana não é bem compreendido. Pesquisa anterior usando um modelo de rato de exposição ambiental durante a gravidez, relatou que a exposição a micro e nanoplásticos de poliestireno durante a gestação resultaria em restrição do crescimento fetal.
Em novo estudo publicado recentemente na revista Scientific Reports, pesquisadores da University of Newfoundland, do Canadá, analisaram os efeitos da exposição ao microplástico de poliestireno no crescimento fetal, na função placentária e no fluxo sanguíneo feto-placentária em camundongos. Os animais foram divididos em 3 grupos: um grupo contendo na água polietileno com surfactante, o segundo grupo apenas surfactante na água e o terceiro grupo apenas água potável. Os cientistas usaram uma ultrassonografia de alta frequência para a análise dos resultados.
Os resultados mostraram que, embora a exposição materna ao polietileno não tenha impactado o crescimento fetal, houve um efeito adverso significativo na função placentária com um aumento de 43% no fluxo sanguíneo da artéria umbilical no grupo que continha polietileno.
O que o estudo sugere é que este tipo de resíduo tem o potencial de causar resultados adversos na gravidez através da função placentária anormal.