A inteligência artificial (IA) já é uma realidade inevitável em todas as esferas da vida moderna. No entanto, o verdadeiro desafio não está em sua adoção, mas em como ela será projetada e regulamentada para impactar positivamente a sociedade e o meio ambiente. Diante de um cenário de crescente polarização e desinformação, surge o conceito de IA Prosocial – um modelo que busca alinhar o desenvolvimento tecnológico com valores humanos e planetários.
A IA prosocial se baseia em quatro eixos principais (ABCD):
Agência: A IA deve promover a autonomia dos usuários, oferecendo transparência e controle sobre suas decisões, em vez de aprisioná-los em ciclos viciantes.
Conexão Social: A tecnologia pode atuar tanto para reforçar divisões quanto para criar pontes entre grupos distintos. Modelos prosociais incentivam interações construtivas e empáticas.
Meio Ambiente: Apesar dos benefícios, o impacto energético da IA exige soluções equilibradas e ambientalmente responsáveis.
Divisão Social: A desinformação e a polarização podem ser reduzidas por meio de um design ético que valorize a veracidade e a diversidade de perspectivas.
Além disso, a adoção de dupla alfabetização, que envolve tanto o domínio da IA quanto uma compreensão profunda da inteligência humana (Natural Intelligence – NI), é essencial para garantir que a tecnologia respeite a complexidade da experiência humana.
Mais do que uma ferramenta, a IA deve ser encarada como uma parceira complementar, especialmente em setores como saúde, educação e governança. Seu potencial não está em substituir humanos, mas em trabalhar em conjunto para oferecer diagnósticos mais precisos, decisões mais justas e serviços mais eficientes.
Para tornar a IA prosocial uma realidade, é necessário um esforço coordenado entre empresas, ONGs, instituições educacionais e governos. Tecnologias centradas no bem-estar humano devem ser priorizadas sobre modelos que visam apenas o lucro ou o engajamento indiscriminado.
O futuro da IA não será definido apenas por avanços técnicos, mas pela maneira como ela será integrada à sociedade. Se for desenvolvida de forma responsável, poderá ser uma força regeneradora, promovendo inovação, equidade e sustentabilidade. A escolha está em nossas mãos.